Díli,
15 nov (Lusa) - A resolução do atual impasse político em Timor-Leste depende de
uma solução política, com acordo entre os partidos, ou de uma solução
constitucional, disse hoje o líder do terceiro partido, saudando "a
serenidade" que a população tem mantido.
"Da
minha parte, da parte do meu partido, o Partido Libertação Popular (PLP), vemos
duas soluções. Uma solução política e uma solução legal ou
constitucional", disse Taur Matan Ruak, depois de um encontro de cerca de
uma hora com o chefe de Estado, Francisco Guterres Lu-Olo.
"A
nível político tem havido uma concertação cada vez maior dos partidos da
oposição. De qualquer das formas é preciso continuar a haver paciência de que
se solucione a questão. A esperança é a última a morrer", disse.
Matan
Ruak, que foi antecessor de Lu-Olo na Presidência da República, foi mandatado
pelo seu partido para dialogar com Xanana Gusmão, presidente do segundo partido
mais votado, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) e com José
Naimori, líder do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) tendo em
vista a formação de uma Aliança de Maioria Parlamentar (AMP).
Esse
bloco, constituído para já com as assinaturas dos chefes de bancadas dos três
partidos, controla a maioria dos lugares no parlamento (35 de 65) e com esse
apoio chumbou já pela primeira vez o programa do Governo. Um segundo chumbo
implica a queda do Governo.
Questionado
pela Lusa sobre quando a aliança será formalizada, Taur Matan Ruak mostrou-se
evasivo: "Vamos esperar um bocadinho mais. Na altura própria saberão
melhor", disse, sem avançar mais pormenores.
Em
caso de queda de Governo, o chefe de Estado pode escolher formar um novo
executivo dentro do atual cenário parlamentar ou se avança para eleições
antecipadas.
Escusando-se
a dizer que opção prefere, remetendo a decisão para o Presidente da República,
Taur Matan Ruak também se escusou a confirmar se a aliança da oposição se
manterá como coligação pré-eleitoral em caso de eleições antecipadas.
Questionado
sobre se a oposição deve forçar a queda do Governo - com uma moção de censura,
por exemplo - se o executivo demorar a apresentar pela segunda vez o programa,
Taur Matan Ruak também não foi claro.
"Eu
não sou deputado. Vamos ver. O que avançou agora foi o orçamento retificativo.
Vamos ver o que vem a seguir. Não quero especular. Ainda vai haver muita
discussão, sobretudo no Parlamento Nacional que é o fórum mais vocacionado para
isso", disse.
O
Governo minoritário timorense é apoiado por uma coligação da Frente
Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) e do Partido Democrático
(PD).
Na
sua declaração, Taur Matan Ruak saudou os esforços do chefe de Estado de ouvir
as opiniões dos líderes do país "na busca de solução para o problema
político atual".
"Agradeço
à comunidade, aos estudantes, trabalhadores, a todos os timorenses que apesar
da situação política continuar assim se mantêm com um elevado nível de
serenidade e calma. Parabéns à população a quem apelo que continuem com este
comportamento exemplar. Timor-Leste está a mostrar ao mundo que apesar dos
problemas se mantém estável", disse.
ASP
// VM
Sem comentários:
Enviar um comentário