quinta-feira, 3 de maio de 2018

Comissão Nacional de Eleições reúne-se com partidos


Díli, 03 mai (Lusa) - Os responsáveis da Comissão Nacional de Eleições (CNE) reuniram-se hoje com representantes dos oito partidos e coligações concorrentes às legislativas de 12 de maio em Timor-Leste para analisar a situação na reta final da campanha.

Além do presidente, vice-presidentes e seis comissários da CNE, participaram no encontro representantes da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) e das oito forças candidatas, que relataram a sua avaliação da situação.

Apesar de várias queixas apresentadas, todas elas a ser investigadas ou pela CNE ou pela PNTL, o encontro - que foi aberto à imprensa - confirmou que a campanha tem decorrido sem incidentes significativos, com a situação a manter-se calma em todo o país.

Inocêncio da Silva, da PNTL, confirmou que houve "alguns incidentes, mas nenhum grave" e que efetivos continuam no terreno a garantir a segurança e a atuar, em coordenação com as entidades territoriais.

Um reforço da segurança vai ser feito em locais de potencial maior risco na reta final da campanha, especialmente em Díli, tendo instruções claras sido dadas aos comandos municipais, explicou.

"Vamos dar atenção especial, em Díli, aos movimentos no dia 08 e 09 por maiores ações de campanha na capital. Haverá segurança de proximidade e mais afastada para garantir que não há problemas em Díli", disse.

"Apelo a que continuem a informar militantes para se manterem em segurança", disse ainda.

No encontro, vários comissários e responsáveis da CNE deram conta de pequenos incidentes e queixas que tinham sido levantadas durante a campanha em vários pontos do país.

Uma parte dos pequenos incidentes relatados, quer pelos comissários, quer pelos representantes dos partidos políticos, envolveram militantes das duas maiores forças políticas, a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP) e a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin).

A tensão entre os dois partidos foi mesmo destacada por outros representantes, como Vitor Ximenes Reis Cadalar do Movimento Desenvolvimento Nacional (MDN), que se mostrou "preocupado" com a questão.

Acusações de manipulação do eleitorado, de impedimento de ações de campanha ou de remoção de atributos partidários são a maior fatia dos incidentes relatados, nenhum dos quais foi considerado de grande gravidade.

Uma das queixas mais repetidas é a remoção de material de campanha de um partido ou coligação, ou a participação em atos eleitorais de crianças, questões proibidas segundo a lei eleitoral timorense.

Vários pequenos incidentes, especialmente envolvendo lançamento de pedras, por exemplo, estão a ser investigados pela Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL).

O comissário da CNE Bernardo Cardoso pediu para que se ajude a parar rumores nas redes sociais que tentam pôr em cheque a credibilidade do ato eleitoral, por exemplo, questionando os boletins de voto ou as urnas.

O vice-presidente da CNE, Duarte Tilman, disse que todos os casos são investigados e nas situações em que há potenciais crimes cometidos são referidas à polícia para investigação adicional.

Responsáveis partidários presentes no encontro saudaram o trabalho dos órgãos eleitorais e das forças de segurança desenvolvido no terreno.

ASP // EJ

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