A liderança da Brigada Negra
manifestou a sua satisfação e apoio total à promoção ao posto de
Brigadeiro-General de quatros oficiais superiores das Forças Armadas de
Libertação Nacional de Timor-Leste (FALINTIL) – Forças de Defesa de Timor-Leste
(FDTL) porque no tempo da luta de libertação nacional estes oficiais das FDTL
foram pontos de contacto altamente estratégicos para a independência de
Timor-Leste.
J.T. Matebian, em
Timor-Leste | Jornal Tornado
A cerimónia realizou-se no dia 7
de Junho de 2018, no Palácio Presidencial, e foi presidida pelo Presidente da
República Democrática de Timor-Leste (RDTL), Francisco Guterres / Lú-Olo. Na
sessão solene também estiveram presentes o Chefe do Estado-Maior General das
Forças Armadas (F-FDTL), Major-General Lere Anan Timur, entidades civis e
militares, bem como outros distintos convidados nacionais e estrangeiros.
No evento, após as honras
militares, procedeu-se à leitura dos Decretos-Presidenciais de Promoção dos
quatros oficiais, por distinção, nomeadamente a imposição do distintivo do
posto de Brigadeiro-General ao Coronel Domingos Raul “Falur Rate Laek”, ao
Coronel Américo Ximenes “Sabika Bessi Kulit”, ao Coronel João Miranda “Aluk
Descartes” e ao Coronel Cornélio Ximenes “Mau Nana”.
No acto solene de investidura, em
representação da Brigada Negra, estiveram presentes Nuno Corvelo Sarmento
(Laloran), João Bosco (Sau´nar) e Garibaldino J.E.S. (Rungu Ranga).
João Bosco, Aluk e Nuno Corvelo |
Força Especial das FALINTIL
A Brigada Negra, também conhecida
por BN, fundada em 16 de Março de 1996, era uma das alas militares que
integrava o Comando das Forças Armadas de Libertação Nacional de Timor-Leste
(FALINTIL) e desempenhava acções políticas e militares durante a Luta de Libertação
Nacional numa lógica de Guerrilha Urbana.
Enquanto força especial das
Forças Armadas de Libertação Nacional de Timor-Leste (FALINTIL), actuando sob
orientação estratégica do Comandante-Em-Chefe das FALINTIL, Kay Rala Xanana
Gusmão, a supervisão da sua operacionalização ficou sob responsabilidade de
Avelino Coelho (Shalar Kosi, FF).
A Brigada Negra também tinha um
Chefe Principal, coadjuvado por vários assistentes operacionais que chefiavam
várias secções, e uma representação no exterior para angariação de apoios.
Havia quatro secções:
A Secção A tratava do
estudo, organização e planeamento da aquisição de material de guerra para a
Brigada Negra e para a Resistência Armada (RA). O planeamento, execução e envio
do material à RA era definido segundo mecanismos próprios e em resposta às
necessidades que fossem surgindo. Esta Secção começou a funcionar em 1995 e
integrava-se nos planos da F. Operação Asuwain. Entre 1995 e 1996 fez-se a
organização e tratou-se de toda a preparação interna, e no início de 1997, sob
instruções e decisões do Comandante-Em-Chefe das FALINTIL, a actuação.
A Secção B tinha como
grande missão o recrutamento de elementos e a sua preparação técnica na
fabricação de explosivos para uso da Brigada Negra e das FALINTIL, e a
mobilização desses explosivos para a Resistência Armada. E ainda havia as
Secções C e D que tinham como grande missão provocar o caos total na Indonésia.
A Secção C estava
planeada para desencadear a guerrilha urbana em Timor-Leste e na Indonésia,
através de sabotagens armadas, principalmente na Indonésia, visando pontos
estratégicos, económicos, e pontos sensíveis que pudessem provocar reacções nas
massas populares contra o regime. Toda esta estratégia está definida no Job
Description da BN.
A Secção D, basicamente,
fazia trabalhos de inteligência e contra-inteligência, e só um número muito
restrito da cúpula teve acesso ao seu modo de organização e funcionamento.
Sem comentários:
Enviar um comentário