segunda-feira, 11 de junho de 2018

TRUMP E KIM JÁ ESTÃO EM SINGAPURA PARA A CIMEIRA


Trump e Kim já estão em Singapura. O presidente norte-coreano foi o primeiro a chegar e a encontrar-se com o primeiro-ministro singapurense. Trump chegou proveniente da Cimeira do G7, que acabou com desentendimentos aparentemente insanáveis no capítulo do comércio. 

A guerra comercial entre os EUA e o resto dos países do mundo está em curso, predominantemente é a União Europeia, a China, o Japão e restantes países do G7 que estão a fazer frente às políticas comercialmente impostas por Trump.

Mas o G7 já lá vai. A partir de hoje e nos dias mais próximos o que está na ordem do dia é o encontro e as conversações entre Trump e Kim em Singapura, incluiremos no TA, as atualizações essenciais do ponto da situação da cimeira. (TA)

Kim Jong-un, a transformação do jovem ditador norte-coreano

Kim Jong-un, que herdou o poder absoluto da hermética Coreia do Norte com menos de 30 anos, passou em pouco tempo de pária da comunidade internacional a hábil estratega capaz de negociar frente-a-frente com os Estados Unidos.

Filho e neto de implacáveis tiranos, o terceiro membro da mediática dinastia chegou ao poder em dezembro de 2011, mas foi este ano que conseguiu mudar a imagem de ditador volúvel que atemoriza o mundo com lançamentos de mísseis e testes nucleares.

O marechal Kim, cujas únicas deslocações foram à China, sua principal aliada, onde se reuniu em março passado com o Presidente chinês, Xi Jinping, e à fronteira intercoreana, onde se encontrou, dois meses depois, com o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, vive agora uma etapa de abertura diplomática enquanto cultiva a imagem de estadista.

Este novo reconhecimento internacional alcançará o auge na próxima terça-feira, 12 de junho, em Singapura, na cimeira com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a primeira da história entre os dois países.

Antes do importante encontro, Kim conseguiu inclusive ser considerado um líder mais fiável que o imprevisível inquilino da Casa Branca.

Como em quase tudo o que rodeia o opaco regime de Pyongyang, não se sabe a data exata do nascimento do filho do "grande líder" Kim Jong-il, e neto do fundador do país, Kim Il-Sung, mas pensa-se que terá entre 34 e 36 anos.

Sabe-se que o jovem líder gosta de basquetebol e de filmes de ação e que fala inglês, francês e alemão, graças à educação num colégio em Berna, capital suíça, que frequentou incógnito e sob o controlo de muitos funcionários norte-coreanos entre 1993 e 1998.

Talvez devido à sua juventude ou à educação ocidental, Kim mostrou uma clara tendência para modernizar a imagem e os costumes do país, com gestos como a criação, assim que chegou ao poder, da banda de raparigas Moranbong, semelhante aos grupos de K-pop da Coreia do Sul.

Em contraste com os seus pais, Kim Jong-un deu um papel público à mulher, Ri Sol-ju, com a qual se crê que tem dois ou três filhos, e que o acompanha em muitos eventos e atividades, como a primeira viagem que fez à China.

O atual líder, responsável por grandes purgas e acusado de ter ordenado o assassínio do seu meio-irmão mais velho, Kim Jong-nam, chegou ao poder como quase um desconhecido para os norte-coreanos, após a morte do pai, a 17 de dezembro de 2011.

Além do visível excesso de peso, o dirigente -- que a princípio se mostrava inseguro nas aparições públicas -- foi adquirindo, com os anos, uma presença mais confiante e uma parecença evidente com o seu venerado avô, que tenta, segundo os especialistas, imitar para conseguir o respeito dos súbditos.

A maioria dos dados sobre a sua vida privada é conhecida através dos serviços secretos de Seul ou pelas extravagantes visitar que recebeu de Dennis Rodman, antigo jogador de basquetebol da NBA que o descreveu como um homem "divertido e sorridente".

Fumador inveterado e de voz rouca, Kim impôs-se na linha sucessória aos irmãos mais velhos, Kim Jong-nam e Kim Jong-chul, depois de ambos terem sido descartados por se considerar que não estavam preparados para o poder, um por ser demasiado ocidental e o outro devido ao seu pouco interesse pela política.

Enquanto as flagrantes violações dos direitos humanos continuaram a ser a tónica no país sob a sua liderança, o comandante supremo do Exército Popular da Coreia e presidente do Partido dos Trabalhadores apostou de forma especial no seu programa de armamento e no desenvolvimento económico.

Embora agora garanta estar disposto a renunciar ao seu arsenal nuclear, o Governo de Kim Jong-un intensificou a aposta no nuclear, uma opção já feita pelo anterior líder, como seguro de vida para o regime.

O aumento de testes nucleares e balísticos não deixa lugar para dúvidas: nos últimos cinco anos, a Coreia do Norte fez muito mais lançamentos de mísseis balísticos e testes nucleares do que nos 17 anos que durou a liderança de Kim Jong-il, entre 1994 e 2011.

Lusa | em Notícias ao Minuto

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