Trump e Kim já estão em
Singapura. O presidente norte-coreano foi o primeiro a chegar e a encontrar-se
com o primeiro-ministro singapurense. Trump chegou proveniente da Cimeira do
G7, que acabou com desentendimentos aparentemente insanáveis no capítulo do comércio.
A guerra comercial entre os EUA e o resto dos países do mundo está em curso,
predominantemente é a União Europeia, a China, o Japão e restantes países do
G7 que estão a fazer frente às políticas comercialmente impostas por Trump.
Mas o G7 já lá vai. A partir de hoje e nos dias mais
próximos o que está na ordem do dia é o encontro e as conversações entre Trump
e Kim em Singapura, incluiremos no TA, as atualizações essenciais do
ponto da situação da cimeira. (TA)
Kim Jong-un, a transformação do
jovem ditador norte-coreano
Kim Jong-un, que herdou o poder
absoluto da hermética Coreia do Norte com menos de 30 anos, passou em pouco
tempo de pária da comunidade internacional a hábil estratega capaz de negociar
frente-a-frente com os Estados Unidos.
Filho e neto de implacáveis
tiranos, o terceiro membro da mediática dinastia chegou ao poder em dezembro de
2011, mas foi este ano que conseguiu mudar a imagem de ditador volúvel que
atemoriza o mundo com lançamentos de mísseis e testes nucleares.
O marechal Kim, cujas únicas
deslocações foram à China, sua principal aliada, onde se reuniu em março
passado com o Presidente chinês, Xi Jinping, e à fronteira intercoreana, onde
se encontrou, dois meses depois, com o Presidente da Coreia do Sul, Moon
Jae-in, vive agora uma etapa de abertura diplomática enquanto cultiva a imagem
de estadista.
Este novo reconhecimento
internacional alcançará o auge na próxima terça-feira, 12 de junho, em
Singapura, na cimeira com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a
primeira da história entre os dois países.
Antes do importante encontro, Kim
conseguiu inclusive ser considerado um líder mais fiável que o imprevisível inquilino
da Casa Branca.
Como em quase tudo o que rodeia o
opaco regime de Pyongyang, não se sabe a data exata do nascimento do filho do
"grande líder" Kim Jong-il, e neto do fundador do país, Kim Il-Sung,
mas pensa-se que terá entre 34 e 36 anos.
Sabe-se que o jovem líder gosta
de basquetebol e de filmes de ação e que fala inglês, francês e alemão, graças
à educação num colégio em Berna, capital suíça, que frequentou incógnito e sob
o controlo de muitos funcionários norte-coreanos entre 1993 e 1998.
Talvez devido à sua juventude ou
à educação ocidental, Kim mostrou uma clara tendência para modernizar a imagem
e os costumes do país, com gestos como a criação, assim que chegou ao poder, da
banda de raparigas Moranbong, semelhante aos grupos de K-pop da Coreia do Sul.
Em contraste com os seus pais,
Kim Jong-un deu um papel público à mulher, Ri Sol-ju, com a qual se crê que tem
dois ou três filhos, e que o acompanha em muitos eventos e atividades, como a
primeira viagem que fez à China.
O atual líder, responsável por
grandes purgas e acusado de ter ordenado o assassínio do seu meio-irmão mais
velho, Kim Jong-nam, chegou ao poder como quase um desconhecido para os
norte-coreanos, após a morte do pai, a 17 de dezembro de 2011.
Além do visível excesso de peso,
o dirigente -- que a princípio se mostrava inseguro nas aparições públicas --
foi adquirindo, com os anos, uma presença mais confiante e uma parecença
evidente com o seu venerado avô, que tenta, segundo os especialistas, imitar
para conseguir o respeito dos súbditos.
A maioria dos dados sobre a sua
vida privada é conhecida através dos serviços secretos de Seul ou pelas
extravagantes visitar que recebeu de Dennis Rodman, antigo jogador de
basquetebol da NBA que o descreveu como um homem "divertido e
sorridente".
Fumador inveterado e de voz
rouca, Kim impôs-se na linha sucessória aos irmãos mais velhos, Kim Jong-nam e
Kim Jong-chul, depois de ambos terem sido descartados por se considerar que não
estavam preparados para o poder, um por ser demasiado ocidental e o outro
devido ao seu pouco interesse pela política.
Enquanto as flagrantes violações
dos direitos humanos continuaram a ser a tónica no país sob a sua liderança, o
comandante supremo do Exército Popular da Coreia e presidente do Partido dos
Trabalhadores apostou de forma especial no seu programa de armamento e no
desenvolvimento económico.
Embora agora garanta estar
disposto a renunciar ao seu arsenal nuclear, o Governo de Kim Jong-un
intensificou a aposta no nuclear, uma opção já feita pelo anterior líder, como
seguro de vida para o regime.
O aumento de testes nucleares e
balísticos não deixa lugar para dúvidas: nos últimos cinco anos, a Coreia do
Norte fez muito mais lançamentos de mísseis balísticos e testes nucleares do
que nos 17 anos que durou a liderança de Kim Jong-il, entre 1994 e 2011.
Lusa | em Notícias ao Minuto
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