Pequim, 27 ago (Lusa) - O Governo
chinês exigiu à aplicação de transporte privado Didi, equivalente à Uber, que
retifique os seus padrões de funcionamento para garantir a segurança, após mais
uma passageira ter sido assassinada, informou hoje a agência oficial Xinhua.
O ministério dos Transportes e o
ministério da Segurança Pública reuniram, este domingo, com executivos da
empresa, e exigiram uma "retificação integral" da mesma, após o
segundo homicídio num espaço de três meses.
A polícia informou, na semana
passada, que uma mulher de 20 anos desapareceu, durante uma viagem num carro
privado, solicitado através do Didi, na cidade de Wenzhou, leste da China.
A mulher ainda enviou uma
mensagem a amigos a pedir ajuda, mas acabou por ser violada e assassinada pelo
condutor do veículo, que foi depois detido pela polícia e confessou a autoria
dos crimes.
A empresa assegura que o condutor
não tinha antecedentes penais, mas usava uma matrícula falsa quando cometeu o
crime.
Em maio passado, um caso
semelhante resultou no assassinato de uma hospedeira de bordo chinesa, de 21
anos, em Zhengzhou, centro da China.
Já em 2016, uma mulher de 24 anos
foi assaltada e morta por um motorista registado no Didi. Neste caso, o homem
utilizou a sua carta de condução e bilhete de identidade para se registar na
plataforma, mas utilizava também uma matrícula falsa no automóvel.
Os incidentes "revelam
grandes lacunas administrativas e riscos para a segurança no Didi",
afirmou um funcionário do ministério chinês dos Transportes, apontando que a
irresponsabilidade da empresa ameaça "seriamente" a segurança,
direitos e interesses dos passageiros, e causa um impacto social negativo.
A empresa, líder nos serviços de
transporte privado na China, permite ainda chamar táxis convencionais, conseguindo
acabar com os protestos dos taxistas chineses, face ao receio de concorrência
desleal.
Considerada uma das
"start-ups" mais bem-sucedidas da China, a empresa adotou uma
estratégia de expansão internacional este ano, incluindo a aquisição de parte
da brasileira 99Taxis, em janeiro passado.
No final de 2017, o Didi estava
avaliado em 56.000 milhões de dólares (48.170 milhões de euros).
JPI // FST
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