Díli, 11 set (Lusa) - O Governo
timorense incluiu 50 milhões de dólares norte-americanos no Orçamento Geral do
Estado para este ano, aprovado na sexta-feira, para a construção de uma fábrica
de cimento próximo da segunda cidade, Baucau.
A dotação (de cerca de 43 milhões
de euros), no âmbito do "acordo especial de investimento celebrado com a
TL Cement", estava inicialmente ausente dos livros do Orçamento Geral do
Estado (OGE) entregues pelo Governo ao Parlamento Nacional, acabando por ser
introduzida e aprovada durante o debate na especialidade.
O projeto, o maior de
investimento privado australiano em Timor-Leste, tem sido afetado, em parte,
pela situação de instabilidade política em Timor-Leste que levou a eleições
antecipadas e obrigou o país a viver com duodécimos desde janeiro.
Apesar da tensão, a inclusão da
provisão nas contas do OGE não teve quaisquer votos contra da oposição, que
chegou mesmo a defender o investimento como essencial no processo de
diversificação da economia
"A fábrica TL Cement é um investimento
estratégico, com capital privado significativo, e é o primeiro grande
investimento na área não-petrolífera. Este investimento criará muitas vantagens
e benefícios para a economia, promoverá a diversificação económica e reduzirá a
dependência da receita petrolífera," disse o chefe da bancada do maior
partido da oposição, a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente
(Fretilin), Aniceto Guterres Lopes.
O desenho e projeto de engenharia
do projeto já foi concluído, segundo a TL Cement, estando ainda por avançar as
autorizações finais ambientais e para a mina de calcário.
A previsão é de que a construção
do centro de formação e do cais de construção comece ainda este ano, com a
fábrica de cimento e o cais principal a arrancar antes de julho de 2019.
A TL Cement antecipou a saída do
primeiro cimento da unidade em julho de 2021 e que a operação esteja em pleno a
partir do início de 2022. No total, a empresa prevê um investimento de cerca de
800 milhões de dólares, com mil empregos diretos e três mil indiretos.
O projeto da TL Cement terá uma
capacidade de produção de cerca de cinco mil toneladas de 'clinker' de cimento
por dia e inclui a construção de uma ponte-cais, pedreiras, complexo
industrial, parques de energia eólica e solar, entre outros.
Estudos realizados em 2014
apontavam para a existência de uma grande reserva de calcário na região que
poderá ter uma vida de até 400 anos.
No final de novembro de 2016, o
Conselho de Ministros do VI Governo Constitucional aprovou a entrada do Estado
no capital social da TL Cement.
ASP // EJ
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