Díli, 07 fev (Lusa) -- O
primeiro-ministro timorense, Taur Matan Ruak, disse hoje que "problemas
técnicos" que permanecem em torno da construção do novo Porto de Tibar,
nos arredores de Díli, vão ser ultrapassados e o calendário da obra será
cumprido.
Questionado pela Lusa sobre o
assunto, o chefe do Governo disse ter recebido hoje informações do ministro de
Estado na Presidência do Conselho de Ministros, Agio Pereira, de que as
"coisas estão a andar bem".
"Há alguns problemas
técnicos, mas está tudo a andar bem. Acredito que serão ultrapassados",
disse, confirmando que se trata de questões relacionadas com a pedreira, com o
espaço envolvente, com aspetos ambientais, entre outros.
"Mas acredito que vai tudo
ser ultrapassado", disse.
Fonte envolvida no projeto
confirmou à Lusa que ainda se aguardam algumas licenças comerciais e ambientais
de aspetos da obra.
Com uma duração de construção de
três anos, o Porto de Tibar é o primeiro grande projeto em modelo de parceria
público-privada e o maior projeto de infraestruturas de sempre em Timor-Leste.
O projeto tem tido vários 'falsos
arranques', tendo uma primeira cerimónia de lançamento de primeira pedra ocorrido
em junho de 2017, com uma cerimónia liderada pelo então ministro do Planeamento
e Investimento Estratégico, Xanana Gusmão, e responsáveis do consórcio liderado
pela francesa Bolloré.
Questões relacionadas quer com o
financiamento, quer com a subcontratação acabaram por afetar o arranque do
projeto.
Uma nova cerimónia de lançamento
da primeira pedra ocorreu a 30 de agosto do ano passado, sendo que as obras,
quase meio ano depois, praticamente não começaram.
Localizado a cerca de 10 quilómetros a
oeste de Díli, na baía de Tibar, o projeto contou com a participação da
International Finance Corporation (IFC), do grupo do Banco Mundial.
O projeto inclui o desenho,
financiamento, construção e operação de um novo porto em Tibar, estimando-se
que as obras comecem no próximo ano e estejam concluídas em 2020.
O porto terá uma capacidade
inicial de 226 mil contentores (TEU), a qual será ampliada até uma capacidade
de um milhão por ano, com um cais de 330 metros e outro de 300 metros , devendo as
primeiras operações portuárias ser conduzidas já em 2020.
A primeira fase do projeto
(construção, equipamento e operação do porto) está avaliada em 278,3 milhões de
dólares (238 milhões de euros), com o Governo timorense a financiar com 129,45
milhões de dólares (110,7 milhões de euros), e o parceiro privado os restantes
148,85 milhões (127,3 milhões de euros).
Na segunda fase, já de
exploração, a Bolloré prevê investir cerca de 211,7 milhões de dólares (181,1
milhões de euros), em grande parte provenientes das receitas da atividade
portuária.
A Bolloré contratou para a
construção do projeto a empresa pública chinesa China Harbour.
ASP // VM
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