Pequim, 07 set 2020 (Lusa) - A
China voltou a suspender a renovação das credenciais de alguns jornalistas de
órgãos de comunicação norte-americanos, numa retaliação após Washington ter
aumentado o escrutínio sobre repórteres chineses a trabalhar nos Estados
Unidos.
A decisão de Pequim é a mais
recente manifestação da deterioração das relações entre os dois países.
A cadeia televisiva CNN confirmou
que o correspondente na China David Culver está entre os jornalistas a quem foi
rejeitada a renovação da credencial emitida pelo ministério dos Negócios
Estrangeiros da China.
O jornalista foi informado de que
a decisão não está relacionada com as suas reportagens, mas que se tratou de
uma medida em resposta às ações do governo de Donald Trump em relação à
imprensa chinesa.
A CNN e o jornal New York Times
avançaram que outros órgãos foram alvo de medidas semelhantes.
Os EUA limitaram o número de
cidadãos chineses que podem trabalhar nas delegações de alguns meios de
comunicação social chineses no seu território e reduziram os vistos de trabalho
dos jornalistas chineses para um período de 90 dias.
A China retaliou pela primeira
vez em março, ao expulsar jornalistas do New York Times, Wall Street Journal e
Washington Post.
Washington justificou a sua
decisão com queixas de que os jornalistas chineses que trabalhavam para a
imprensa oficial agiam mais como propagandistas e agentes do Partido Comunista
Chinês do que como repórteres.
Os EUA já tinham exigido que
essas agências se registassem como missões estrangeiras nos EUA, como está
previsto para os consulados e embaixadas.
JPI // SSS
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