Lhokseumawe, Indonésia, 07 set
2020 (Lusa) - Quase 300 refugiados rohingya desembarcaram na costa indonésia
esta manhã, informaram as autoridades locais, uma das maiores chegadas ao
arquipélago de membros desta minoria muçulmana perseguida em Myanmar (antiga
Birmânia).
Os migrantes, entre eles mais de
uma dezena de crianças, foram avistados no mar por moradores, que os ajudaram a
desembarcar na costa norte da ilha de Sumatra, perto da cidade de Lhokseumawe,
segundo o chefe da aldeia de Ujong Blang, Munir Cut Ali.
"Vimos um barco a vir em
direção à costa em Ujong
Blang e ajudámo-los a desembarcar em segurança",
adiantou à agência de notícias France-Presse (AFP).
Entre este grupo de 102 homens,
181 mulheres e 14 crianças, um homem encontrava-se doente e foi transferido
para um hospital, disse o oficial do Exército Roni Mahendra.
Os refugiados serão testados para
ver se são portadores do novo coronavírus, acrescentou. "A seguir o
Governo local vai procurar um local adequado para os abrigar."
Este desembarque corresponde à
maior chegada de um grupo rohingya à Indonésia desde 2015, segundo fontes
locais.
Em junho, cerca de 100 rohingya,
a maioria mulheres e crianças, desembarcaram nesta área após uma perigosa
viagem de quatro meses, depois de abandonarem um campo de refugiados no
Bangladesh, onde viveram depois de fugirem de Myanmar, país de origem.
Quase um milhão de rohingya vivem
em condições precárias em campos de refugiados no Bangladesh, onde contrabandistas
recrutam candidatos para viajarem.
Indonésia e Malásia, dois países
predominantemente muçulmanos, são destinos populares para os rohingya, que
fogem da perseguição e da violência em Myanmar, um país predominantemente budista.
Porém, após a pandemia do novo
coronavírus, vários países da região, incluindo a Malásia, aumentaram os
controlos no mar e impediram o desembarque de barcos de refugiados.
JMC // PTA
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