Díli,
05 mai (Lusa) - Uma organização timorense alertou hoje os residentes de algumas
zonas do centro de Díli para estarem conscientes do risco de possíveis
confrontos entre dois grupos rivais de artes marciais, que começaram no
fim-de-semana passado.
Num
alerta de segurança divulgado hoje a Fundação Mahein (FM) explica que durante o
fim-de-sema se verificaram confrontos de rua entre elementos de dois dos
maiores grupos de artes marciais de Timor-Leste, ambos ilegalizados, a PSHT e a
Kera Sakti.
"A
FM alerta da possibilidade de mais confrontos nas ruas entre grupos rivais nas
zonas do Farol, Aimutin e Bebonuk, porque a PNTL ainda não controlou a
situação", explica o comunicado.
"Todos
os cidadãos timorenses e estrangeiros devem estar atentos ao potencial de violências
nestas zonas, especialmente durante a noite e devem tomar as medidas
necessárias para garantir a sua segurança pessoal", refere.
Fonte
da PNTL disse à Lusa que as autoridades estão a acompanhar a situação e a
"tomar as medidas necessárias".
Segundo
a FM a recente onda de confrontos estará relacionada com um vídeo procedente da
Irlanda que mostra confrontos entre elementos dos dois grupos durante os quais
um dos jovens é violentamente espancado.
"Tudo
indica que os confrontos em Díli começaram como vingança por membros do mesmo
grupo do homem que foi espancado", explica a FM.
Recorde-se
que milhares de jovens timorenses imigraram para a Irlanda à procura de
trabalho nos últimos anos.
Nos
últimos meses o Governo timorense tem feitos esforços no intuito de controlar a
atuação de membros dos grupos de artes marciais, alguns dos quais agentes da
própria PNTL e das forças de defesa (FDTL).
Este
é um problema recorrente em Timor-Leste e já em 2002 e 2003 as organizações de
artes marciais viram-se envolvidas em incidentes idênticos, com conflitos e
rivalidades antigas.
A
situação chegou a tal ponto no final de 2014 que, em janeiro, o então
primeiro-ministro Xanana Gusmão presidiu a uma cerimónia em que cerca de 290
elementos da polícia (PNTL) e forças armadas timorenses (F-FDTL) que
participaram em grupos de artes marciais renovaram o seu juramento.
Fundada
em Java Oriental ,
na Indonésia, em 1922, a PSHT tem atualmente mais de um milhão de membros
naquele país, bem como elementos na Malásia, Singapura, Holanda, França e
Portugal, entre outros.
Em
Timor-Leste, onde a PSHT chegou em 1983, a organização tem cerca de 3.500
"gurus", os instrutores mais graduados, com mais de 30 mil membros em
todo o país.
Estima-se
que a Kera Sakti tenham também vários milhares de membros.
ASP
// DM
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