sábado, 16 de maio de 2015

Primeiro-ministro chinês inicia no Brasil viagem de uma semana pela América Latina


O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, inicia na segunda-feira no Brasil uma visita de uma semana à América Latina, para tentar "reestruturar as relações económicas" com a região, centradas até agora na importação de matérias-primas.

Um dos pontos da agenda de Li Keqiang destacados pela imprensa oficial chinesa, diz respeito à construção de uma linha férrea entre o Brasil e o Peru, ligando a costa atlântica ao Pacífico, cujos estudos de viabilidade deverão começar na sequência da visita.

Trata-se de uma linha com 5.000 quilómetros de extensão, que irá incluir 2.000 quilómetros já existentes e implicará um investimento inicial de 60 milhões de dólares.

A ferrovia representa apenas 24% da capacidade transportadora do Brasil e um terço das linhas férreas do país datam de há 60 anos, indicou o China Daily.

Em Brasília, um governante brasileiro, José Graça Lima, adiantou que a China tenciona investir 50.000 milhões de dólares na "recuperação das envelhecidas infraestruturas" do Brasil.

Um acordo para exportação de carne brasileira será finalizado durante a visita e a aviação, outro sector caro à economia local, estará também "em foco", noticia o jornal China Daily.

Depois do Brasil, onde permanecerá três dias, o primeiro-ministro chinês visitará a Colômbia, o Peru e o Chile.

A China tornou-se em 2009 o maior parceiro comercial do Brasil, ultrapassando os Estados Unidos, e também um dos principais mercados das matérias-primas brasileiras, nomeadamente ferro e soja, mas o comércio bilateral abrandou entretanto.

Pelas contas da administração-geral das Alfandegas Chinesas, em 2014, as exportações brasileiras para a China diminuíram 3,15%, para 51.970 milhões de dólares, e no primeiro trimestre de 2015 caíram 37,6% em relação a igual período de ano anterior.

E o saldo da balança comercial bilateral, entre Janeiro e Março, passou a ser favorável à China.

Li Keqiang, 60 anos, formado em Direito e Economia, é o "número dois" da hierarquia chinesa, logo a seguir ao secretário-geral do Partido Comunista e Presidente da Republica, Xi Jinping.

A visita ocorre menos de um ano depois da visita que Xi Jinping efectuou em Julho passado pela América Latina e que, além do Brasil, incluiu a Argentina, Venezuela e Cuba.

SAPO TL com Lusa

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