O
primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, inicia na segunda-feira no Brasil uma
visita de uma semana à América Latina, para tentar "reestruturar as
relações económicas" com a região, centradas até agora na importação de
matérias-primas.
Um
dos pontos da agenda de Li Keqiang destacados pela imprensa oficial chinesa,
diz respeito à construção de uma linha férrea entre o Brasil e o Peru, ligando
a costa atlântica ao Pacífico, cujos estudos de viabilidade deverão começar na
sequência da visita.
Trata-se
de uma linha com 5.000 quilómetros de extensão, que irá incluir 2.000
quilómetros já existentes e implicará um investimento inicial de 60 milhões de
dólares.
A
ferrovia representa apenas 24% da capacidade transportadora do Brasil e um
terço das linhas férreas do país datam de há 60 anos, indicou o China Daily.
Em
Brasília, um governante brasileiro, José Graça Lima, adiantou que a China
tenciona investir 50.000 milhões de dólares na "recuperação das
envelhecidas infraestruturas" do Brasil.
Um
acordo para exportação de carne brasileira será finalizado durante a visita e a
aviação, outro sector caro à economia local, estará também "em foco",
noticia o jornal China Daily.
Depois
do Brasil, onde permanecerá três dias, o primeiro-ministro chinês visitará a
Colômbia, o Peru e o Chile.
A
China tornou-se em 2009 o maior parceiro comercial do Brasil, ultrapassando os
Estados Unidos, e também um dos principais mercados das matérias-primas
brasileiras, nomeadamente ferro e soja, mas o comércio bilateral abrandou
entretanto.
Pelas
contas da administração-geral das Alfandegas Chinesas, em 2014, as exportações
brasileiras para a China diminuíram 3,15%, para 51.970 milhões de dólares, e no
primeiro trimestre de 2015 caíram 37,6% em relação a igual período de ano anterior.
E
o saldo da balança comercial bilateral, entre Janeiro e Março, passou a ser
favorável à China.
Li
Keqiang, 60 anos, formado em Direito e Economia, é o "número dois" da
hierarquia chinesa, logo a seguir ao secretário-geral do Partido Comunista e
Presidente da Republica, Xi Jinping.
A
visita ocorre menos de um ano depois da visita que Xi Jinping efectuou em Julho
passado pela América Latina e que, além do Brasil, incluiu a Argentina,
Venezuela e Cuba.
SAPO
TL com Lusa
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