Timor-Leste
comemora 13 anos de independência. Na TSF, o antigo presidente da república
timorense diz que o país evoluiu bastante. Sobre a ajuda portuguesa,
Ramos-Horta diz que é feita sem interesses.
Com
os altos e baixos próprios do crescimento, José Ramos-Horta diz que houve
progressos nos 13 independentes anos de Timor.
"Quando
chegámos à independência havia 19 médicos em todo o país, depois de 24 anos de
ocupação indonésia. Temos hoje 1000 médicos, a seguir a Singapura, somos o país
na Ásia com mais médicos per capita", diz o antigo presidente da república
de Timor Leste, à margem da iniciativa "Conferências do Estoril" que
se prolongam até dia 22 de Maio, no Estoril.
No
entanto, nem tudo é um mar de rosas. O antigo Nobel da Paz (1996) diz que
apesar destes números "por cada médico são precisas duas enfermeiras e uma
parteira". "Não temos, estamos agora a tentar acelerar a
formação". A falta de equipamentos médicos é também uma lacuna assinalada
por Ramos-Horta.
Questionado
sobre as áreas nas quais o país precisa de apostar, o antigo chefe de Estado
timorense diz que a saúde, a educação e a justiça, são setores a precisar de
uma aposta.
"Precisamos
de saúde de qualidade e de educação de qualidade. A justiça está muito débil
mas o país tem 13 anos! Temos de apostar mais na justiça para dignificar essa
área", conclui.
Sobre
o contributo que Portugal deu para a independência do país e na consolidação do
país após 2002, José Ramos-Horta confessa que "a ajuda portuguesa ao longo
dos anos é das mais desinteressadas". E isso é um elogio. "Quando
Portugal diz que dá 5 milhões de dólares, esse dinheiro é gasto em Timor Leste. Ao
contrário de alguma outra ajuda onde ao país chegam 2 milhões e o resto é para
pagar consultores e estudos intermináveis. A qualidade da ajuda portuguesa tem
feito muita diferença".
Nuno
Serra Fernandes - TSF
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