quinta-feira, 21 de maio de 2015

RAMOS-HORTA: “A QUALIDADE DA AJUDA PORTUGUESA TEM FEITO MUITA DIFERENÇA”


Timor-Leste comemora 13 anos de independência. Na TSF, o antigo presidente da república timorense diz que o país evoluiu bastante. Sobre a ajuda portuguesa, Ramos-Horta diz que é feita sem interesses.

Com os altos e baixos próprios do crescimento, José Ramos-Horta diz que houve progressos nos 13 independentes anos de Timor.

"Quando chegámos à independência havia 19 médicos em todo o país, depois de 24 anos de ocupação indonésia. Temos hoje 1000 médicos, a seguir a Singapura, somos o país na Ásia com mais médicos per capita", diz o antigo presidente da república de Timor Leste, à margem da iniciativa "Conferências do Estoril" que se prolongam até dia 22 de Maio, no Estoril.

No entanto, nem tudo é um mar de rosas. O antigo Nobel da Paz (1996) diz que apesar destes números "por cada médico são precisas duas enfermeiras e uma parteira". "Não temos, estamos agora a tentar acelerar a formação". A falta de equipamentos médicos é também uma lacuna assinalada por Ramos-Horta.

Questionado sobre as áreas nas quais o país precisa de apostar, o antigo chefe de Estado timorense diz que a saúde, a educação e a justiça, são setores a precisar de uma aposta.
"Precisamos de saúde de qualidade e de educação de qualidade. A justiça está muito débil mas o país tem 13 anos! Temos de apostar mais na justiça para dignificar essa área", conclui.

Sobre o contributo que Portugal deu para a independência do país e na consolidação do país após 2002, José Ramos-Horta confessa que "a ajuda portuguesa ao longo dos anos é das mais desinteressadas". E isso é um elogio. "Quando Portugal diz que dá 5 milhões de dólares, esse dinheiro é gasto em Timor Leste. Ao contrário de alguma outra ajuda onde ao país chegam 2 milhões e o resto é para pagar consultores e estudos intermináveis. A qualidade da ajuda portuguesa tem feito muita diferença".

Nuno Serra Fernandes  - TSF

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