Banguecoque,
21 mai (Lusa) -- O Governo de Tailândia disse hoje que não expulsou barcos com
imigrantes e negou ter ameaçado disparar na semana passada contra uma das embarcações,
conforme tinha dito um dos passageiros.
Sirajul
Islam, um muçulmano 'rohingya' resgatado na quarta-feira na Indonésia, afirmou
que a marinha tailandesa ameaçou disparar contra o barco se este não
abandonasse as águas tailandesas, depois de ter fornceido água e comida aos
seus ocupantes, segundo o diário Bangkok Post.
O
vice-porta-voz do Governo, Sansern Kaewkamnerd, disse que a Tailândia exclui o
uso da violência e que está em conformidade com a lei internacional no que diz
respeito à ajuda humanitária.
Sansern
assegurou que a marinha entregou mantimentos e reparou o navio, e que os
imigrantes a bordo quiseram continuar viagem até à Malásia ou Indonésia.
Não
obstante, afirmou que se os nacionais do Bangladesh ou birmaneses decidirem
permanecer na Tailândia devem cumprir os procedimentos contemplados na
legislação tailandesa.
O
Governo tailandês distanciou-se de um acordo alcançado, na quarta-feira, pela
Indonésia e Malásia, para aceitar os milhares de imigrantes à deriva no golfo
de Bengala e mar de Andamão, incluindo muitos 'rohingyas", em acampamentos
temporários até poderem ser repatriados ou enviados para países terceiros.
"Nós
vamos ajudar, mas temos de discutir as políticas", disse o
primeiro-ministro e chefe da junta militar tailandesa, Prayuth Chan-ocha,
segundo o jornal Bangkok Post.
Cerca
de 3.000 imigrantes do Bangladesh e Birmânia, grande parte da minoria étnica
'rohingya', desembarcaram, desde a semana passada, na Malásia e Indonésia,
apesar das tentativas da marinha desses países para mantê-los afastados das
suas costas.
Segundo
o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), cerca de
25.000 pessoas zarparam em barcos a partir do Bangladesh e Birmânia durante o
primeiro trimestre deste ano, o dobro em relação ao mesmo período do ano
passado.
Os
'rohingya' são uma minoria muçulmana apátrida que não vê reconhecida a sua
cidadania nem na Birmânia nem no Bangladesh.
FV
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