Pedro
Brinca, antigo técnico de som da TSF, que viajou com Manuel Acácio no Lusitânia
Expresso em 1992, é um dos portugueses hoje a viver em Díli.
Trabalha,
desde setembro, num projeto de apoio à comunicação social. Descreve Díli como
"uma cidade cosmopolita, onde nada falta", mas no interior, é muito
diferente. "Timor sofre de um grave problema de mobilidade". Pedro
Brinca lembra que "Timor é uma montanha no meio do mar, onde chove imenso
durante grande parte do ano, onde há deslizamentos de terras permanentes e onde
tem faltado manutenção às estradas. E isso faz com que todas as outras
povoações fiquem a uma distância enorme da capital".
Timor
é "um país naturalmente em construção", "um ótimo sítio para
viver", onde "se notam diferenças de um mês para o outro nas
infraestruturas, com um cuidado muito grande das autoridades e de todos os
timorenses" em contribuírem para a evolução e o crescimento do país.
Treze
anos depois da independência, começam a surgir algumas pessoas que ganham e
vivem bem, mas a maioria ainda é muito pobre: "o ordenado médio anda pelos
120 dólares" (pouco mais de 100 euros). Pedro Brinca recorda que "o
nível de vida não é muito diferente do português, que o tradicional da família
timorense é ter imensos filhos, por isso, é incrível como se consegue sustentar
uma família com esses rendimentos". Apesar das dificuldades, este
português em Díli diz que nada tira a alegria e o espírito festivo aos
timorenses.
O
Lusitânia Expresso partiu para Timor em janeiro de 1992. Levou a bordo 120
estudantes de 23 países que queriam homenagear as vítimas do massacre de Santa
Cruz. Dois meses depois, em março, a marinha indonésia impediu a entrada do
ferry nas águas territoriais timorenses. Depois de lançarem flores ao mar, o Lusitânia
Expresso foi obrigado a regressar a Portugal.
TSF - foto em Facebook
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