ACNUR
diz que o tempo está a esgotar-se para os milhares de imigrantes do leste
asiático
Mulheres
e crianças ficaram bloqueadas no mar por mais de 40 dias, com relatos de
violência, fome e desidratação. Governo birmanês diz-se "pronto a fornecer
assistência humanitária".
Uma
centena de migrantes ilegais foram resgatados esta quarta-feira por pescadores
na costa da província de Aceh, na Indonésia. Outros 400 estão em perigo e à
deriva no mar, segundo as autoridades locais.
Nos
últimos dias, perto de 1.500 muçulmanos da minoria étnica Rohingya fugiram à
perseguição na Birmânia e procuraram refúgio na Indonésia, depois de terem sido
abandonados por traficantes de pessoas em barcos à deriva. A eles se juntam
outros tantos migrantes do Bangladesh, fazendo aumentar o número para perto de
três mil.
Milhares
de outras vítimas de tráfico humano são estimadas como estando actualmente em
barcos a navegar à deriva no mar, com escassez de água e comida.
Em
resposta à preocupação internacional, e numa altura em que várias nações do
sudeste asiático discutem a crise na região, a Birmânia informou esta quarta-feira
estar “preparada para fornecer ajuda humanitária” aos migrantes que se
encontram no mar.
Um
comunicado do Ministério birmanês dos Negócios Estrangeiros publicado na
imprensa oficial informa que a Birmânia “partilha preocupações” com a
comunidade internacional e que está “pronta a fornecer assistência humanitária
para todos os que sofrem no mar” – isto, depois de as Nações Unidas terem
alertado que milhares de migrantes, incluindo da minoria muçulmana “Rohinga”
perseguida naquele país, se encontravam à deriva no mar.
Na
terça-feira, o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) considerou
que o tempo está a esgotar-se para milhares de imigrantes em dificuldades no
leste da Ásia, e apelou a uma “actuação urgente” dos governos da região.
O
ACNUR alertou que cerca de duas mil pessoas, incluindo mulheres e crianças,
ficaram bloqueadas no mar, ao largo da costa ocidental do estado de Rakhine, na
Birmânia, por mais de 40 dias, com relatos de violência, fome e desidratação.
As
Nações Unidas e os Estados Unidos lançaram apelos internacionais para as nações
do sudeste asiático abrirem os seus portos a estas embarcações com migrantes,
em vez de apenas lhes darem água e comida e de os repelirem novamente para o
mar.
SAPO
TL com Renascença - foto EPA@ Fazry Ismail
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