Treze
anos depois da independência, Timor é hoje um país que cresce devagar.
O
retrato é de Max Stahl, o jornalista britânico que, em 12 de novembro de 1991,
filmou às escondidas o massacre no cemitério de Santa Cruz. Ainda a viver em
Dili, Max Stahl considera que a Paz é a maior conquista dos timorenses. Em
declarações à TSF, ele sublinha que, em muitos países, a paz tem sido
conseguida à custa de muitos conflitos, "como temos visto em África",
e "pode demorar gerações", e isso não aconteceu em Timor.
Max
Stahl fala num país que cresce, mas em que falta "uma economia que
funcione" e que está demasiado dependente do petróleo. Mas "o
petróleo não vai durar sempre. E para que Timor seja o país que os timorenses
pretendem, vão ser precisos 15 anos, mais ou menos". "É preciso criar
um estado capaz de oferecer aos jovens emprego, educação e oportunidades para
participar no futuro do país. Por enquanto, há muito por fazer".
O
jornalista britânico diz que Díli é uma cidade como tantas outras, em que nada
falta, mas fora da capital, "há aldeias sem qualquer avanço, depois da
Independência". Mesmo assim, "a população em geral sabe que tem de
dar tempo" aos novos governantes. Há poucos meses, que Rui Araújo sucedeu
a Xanana Gusmão na chefia do governo. Estão a "ver o que eles conseguem
fazer (..) se não conseguirem fazer nada, isso vai ser um grande desafio no
futuro". Para Max Stahl, o facto de Xanana ter passado testemunho a uma
nova geração de políticos, revela "humildade, visão e dedicação" ao país,
acima de qualquer interesse privado.
Max
Stahl dirige hoje um centro audiovisual em Díli. Dedica-se a
reconstruir a História de Timor em imagens, porque "um povo sem passado,
não tem futuro".
Guilhermina
Sousa – TSF
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