Rangun,
20 mai (Lusa) -- A Birmânia informou hoje estar "preparada para fornecer
ajuda humanitária" aos migrantes que se encontram em barcos à deriva, numa
altura em que várias nações do sudeste asiático discutem a crise na região.
Um
comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros publicado na imprensa
oficial disse que a Birmânia "partilha preocupações" com a comunidade
internacional e que está "pronta a fornecer assistência humanitária para
todos os que sofrem no mar", depois de as Nações Unidas terem alertado que
milhares de migrantes -- incluindo da minoria muçulmana 'Rohinga' perseguida
naquele país -- se encontravam à deriva no mar.
Quase
3.000 'Rohingyas' da Birmânia e migrantes do Bangladesh chegaram à Indonésia,
Tailândia e Malásia nos últimos dias depois de terem sido abandonados por
traficantes de pessoas em alto mar.
Milhares
de outras vítimas de tráfico humano são estimadas como estando atualmente em
barcos a navegar à deriva no mar, com escassez de água e comida.
O
Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) considerou, na terça-feira,
que o tempo está a esgotar-se para milhares de imigrantes em dificuldades no
leste da Ásia, e apelou a uma "atuação urgente" dos governos da
região.
O
ACNUR alertou que cerca de 2.000 pessoas, incluindo mulheres e crianças,
ficaram bloqueadas no mar, ao largo da costa ocidental do estado de Rakhine, na
Birmãnia, por mais de 40 dias, com relatos de violência, fome e desidratação.
As
Nações Unidas e os Estados Unidos lançaram apelos internacionais para as nações
do sudeste asiático abrirem os seus portos a estas embarcações com migrantes,
em vez de apenas lhes darem água e comida e de os repelirem novamente para o
mar.
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