Maliana,
Timor-Leste, 20 mai (Lusa) - O Presidente da República timorense apelou hoje à
união e ao reforço da estabilidade, ingredientes essenciais para a estratégia
de desenvolvimento do país, que hoje cumpre 13 anos da restauração da sua
independência.
"Sem
estabilidade não há desenvolvimento. A paz, a segurança de pessoas e bens, a
confiança na justiça e o respeito pela lei são indispensáveis para atrair
investimento e promover o desenvolvimento", disse Taur Matan Ruak.
"Temos
de estar unidos e reforçar a estabilidade, para implementar a nossa estratégia
de desenvolvimento e fintar quem nos quer mal", afimou.
O
chefe de Estado falava em Maliana onde hoje presidiu às cerimónias oficiais do
13.º aniversário da restauração da independência timorense.
Considerando
essencial fortalecer a "confiança e o respeito internacional" no
país, Taur Matan Ruak disse que Timor-Leste está a dar passos nesse sentido,
com "políticas moderadas e inclusivas da liderança nacional", para
reforçar estabilidade e com o apoio de "diplomacia inteligente".
"Para
desenvolver e melhorar a vida de todos na nossa terra amada, temos de pensar no
interesse do país, não só no interesse individual", afirmou.
"Só
unidos e com dedicação a Timor podemos alcançar uma vida melhor, num país
melhor", afirmou.
Recordando
que este ano se cumprem 500 anos da chegada a Timor-Leste dos primeiros
missionários portugueses e que o país preside este ano à CPLP, Taur Matan Ruak
evocou os laços lusófonos de uma nação "asiática e cristã".
No
ano em que são condecorados, coletivamente, os PALOP, o chefe de Estado
recordou o apoio dos países de língua portuguesa à independência de Timor-Leste
e também dos ativistas e jornalistas que "deram um apoio inabalável à
nossa luta".
"Jornalistas
corajosos, de Portugal e outros países deram a conhecer ao mundo a Resistência
Timorense e a violação dos direitos humanos na nossa terra", afirmou.
"Muitos
amigos e amigas de Timor-Leste organizaram e lideraram redes de apoio à
resistência nas sociedades civis dos seus países. Ajudaram a recolher apoio
financeiro e outro apoio material, e mobilizaram a opinião pública mundial
contra a ocupação de Timor", recordou.
Em
momento de memória, Taur Matan Ruak recordou ainda o papel da diplomacia da
resistência que "durante 24 anos acreditaram na vitória e não esqueceram o
sofrimento do povo dentro do país", com um "abraço especial"
para o "pai da diplomacia" timorense, José Ramos-Horta.
Em
Maliana, capital do distrito fronteiriço de Bobonaro, Taur Matan Ruak recordou
a importância da "estabilidade e da paz para o comércio e desenvolvimento
da economia", processo para o qual contribui a cooperação de Timor-Leste
com os dois vizinhos, Indonésia e Austrália.
Com
98% da fronteira terrestre já definida o grande desafio, disse, é agora a
fronteira marítima, com Díli a continuar "a aguarda resposta" de
Camberra à sua proposta de retomar negociações.
"Timor-Leste
vê o desenvolvimento do país como um processo que deve trazer vantagens para
todas as partes envolvidas. O desenvolvimento deve gerar novas oportunidades de
comércio e cooperação com as regiões vizinhas", disse.
Com
Díli a registar grande parte do desenvolvimento vivido por Timor-Leste nos
últimos anos, o Presidente da República insiste que pode ser nestas relações
que se desenvolvem outras zonas do país.
"O
processo de desenvolvimento tem de contribuir rapidamente para promover a
criação de emprego noutras zonas do país", disse.
"Temos
que avançar tão rapidamente quanto possível e criar mais centros de dinamismo
económico noutras regiões. O Estado tem de levar os serviços públicos à
população - a todo o país", afirmou.
ASP
// FV.
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