Lisboa,
25 jan (Lusa) - O secretário-executivo da CPLP lamentou hoje a nova crise
política na Guiné-Bissau e anunciou que visitará o país lusófono de 10 a 12 de
fevereiro para tentar ajudar as autoridades guineenses a ultrapassá-la.
"É
de facto muito lamentável que a Guiné-Bissau, até hoje, não tenha encontrado a
paz e estabilidade para poder dedicar-se às questões de desenvolvimento. Após a
cimeira de Bruxelas, todos nós estávamos otimistas em que isso iria
acontecer", disse Murade Murargy à Lusa à margem da reunião de pontos
focais sobre Trabalho Infantil nos Estados membros da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP) que decorre em Lisboa até quarta-feira.
"A
CPLP, juntamente com outras organizações internacionais que são nossas
parceiras, tem feito apelos ao Governo e ao Presidente da República
(Guiné-Bissau) para que reflitam um pouco e pensem no sofrimento do seu povo e
que encontrem uma forma de pacificar o país e encontrar um Governo que possa
empenhar-se mais nas questões de cooperação e desenvolvimento económico",
salientou o diplomata moçambicano.
Murade
Murargy adiantou que irá, juntamente como o presidente da CPLP, o chefe de
Estado timorense, Taur Matan Ruak, deslocar-se à Guiné-Bissau "para ver em
que medida será possível contribuir para esse diálogo entre as forças vivas da
Nação guineense, para que possam dar um passo em frente".
As
diligências para a visita já foram iniciadas, acrescentou, salientando que a
deslocação efetuar-se-á com ou sem Governo, manifestando esperança em que o
programa do executivo guineense seja aprovado no Parlamento ainda esta semana.
"Aguardamos
esta semana para ver se o Programa de Governo é aprovado ou não, mas há todo um
esforço que está a ser feito internamente com vista a que se ultrapasse esta
crise, ou este momento de imbróglio, em que se encontra a Guiné-Bissau",
frisou.
Murade
Murargy lembrou ter recentemente conversado em Luanda com o Presidente da
Guiné-Bissau, em que José Mário Vaz lhe apresentou as suas razões sobre a crise
política reinante no país, nomeadamente as "divergências
institucionais" que dividiram a Assembleia Nacional Popular (ANP) em dois
parlamentos.
"Queremos
entender um pouco mais o que se passa para que o país consiga ultrapassar estas
divergências institucionais", concluiu.
JSD
// JMR
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