Benigno Guterres, opinião
Fui
surpreendido com a situação política atual em Timor-Leste com o afastamento do
bloco da coligação ao partido democrático (PD). Acho que a decisão tomada pelo
partido CNRT (partido mais votado na eleição em 2012) foi muito
"extrema".
Independentemente
das suas raízes e fundamentações relativamente a este caso, creio que o partido
CNRT "não brinca" com os compromissos assumidos no acordo que o
ligavam com o partido democrático (PD), porque não sendo assim, ele não
arriscaria perder o seu maior aliado.
Será
que houve violação do acordo? Os acordos são feitos para se cumprirem. Se uma
parte não se cumpre; rasgamos o acordo e assumimos as consequências. Um acordo
informal, temporário e flexível é sempre fácil de ser rompido, porque no fundo
apenas se baseia na confiança de ambas as partes.
O
partido democrático (PD) sempre foi um elemento de equilíbrio entre as forças
políticas, CNRT e Fretilin, embora se tenha inclinado mais para o CNRT do que o
Fretilin.
E agora?
Há
vários cenários que podem surgir. Com certeza alegamos sempre a importância da estabilidade.
Todos os partidos que representam o povo no parlamento também têm invocado esta
razão. Chegámos ao ponto de acharmos que já não há oposição no país.
Em
Timor não sabemos quem está a governar e quem está a controlar o governo. Todos
governam, todos controlam. O dever de garantir a estabilidade não é o mesmo
dever de representar o povo. Não concordar com uma coisa, não significa que se
vá correr o risco de instabilidade.
A
eleição é já no próximo ano. É normal ver as disputas entre partidos políticos
antes da eleição. É exatamente o que acontece e tem acontecido em Timor-Leste.
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