Lisboa,
11 mar (Lusa) - A secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da
Cooperação, Teresa Ribeiro, anunciou hoje que o Governo português vai reforçar
a aposta na mobilidade académica na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP), que disse ser "uma prioridade absoluta".
"No
seu programa, o Governo plasmou a intenção de imprimir um novo dinamismo à
questão da mobilidade académica, dentro do pilar da cidadania no quadro da
CPLP, exatamente por entender que ela é fundamental para dinamizar a nossa
sociedade civil e imprimir na nossa comunidade um valor acrescentado face a um
setor tão importante", declarou a governante, na abertura do encontro
"Mobilidade Académica na CPLP - Uma reflexão sobre o presente, um desafio
para o futuro", que decorre hoje na sede da organização, em Lisboa.
Teresa
Ribeiro afirmou que "a aposta na educação e na formação vai continuar e a
aposta na mobilidade académica vai ser reforçada", e acrescentou: "É
uma prioridade absoluta".
A
secretária de Estado apontou que a mobilidade académica, além de fomentar a
partilha de conhecimentos e de experiências, tem "um papel
fundamental" no reconhecimento internacional da língua portuguesa,
"ao permitir o reforço da sua utilização no âmbito da ciência, da
inovação, das novas tecnologias da informação e da internet".
"A
especial atenção que queremos dar à educação e formação será fortemente
suportada numa política de concessão de bolsas para o ensino superior nas suas
mais diversas áreas. Esta prioridade visa dar resposta aos pedidos das
autoridades dos nossos países parceiros, que reconhecem a qualidade do ensino
superior português, e promover um maior intercâmbio académico entre os países
de língua portuguesa, fortalecendo os laços entre estudantes, académicos,
investigadores", referiu.
Por
outro lado, a mobilidade académica representa "um passo fundamental na
senda de uma cidadania da CPLP" no sentido de "uma futura mobilidade
acrescida de cidadãos no seio da comunidade", considerou.
No
mesmo sentido, o secretário-executivo da CPLP, Murade Murargy, garantiu que
"a mobilidade académica é uma questão prioritária da CPLP", a par da
mobilidade para empresários, "outro vetor essencial para dar corpo" a
esta organização.
"Na
CPLP, a capacitação humana é essencial para o crescimento económico, para a
redução das desigualdades, para a coesão social e para a melhoria das condições
de vida e do bem-estar social dos nossos cidadãos", sublinhou o
responsável da comunidade.
Murade
Murargy questionou: "Podemos descobrir recursos nos nossos países que
nunca mais acabam, e temos, mas onde é que está o homem, o motor desse
desenvolvimento?".
"O
intercâmbio do conhecimento científico, através do incremento da mobilidade de
estudantes, docentes e investigadores, é um caminho incontornável para que
ocorram mudanças sociais, económicas, políticas e culturais estritamente
articuladas com as inovações técnicas, tecnológicas e científicas do mundo
globalizado em que vivemos", acrescentou o secretário executivo.
O
embaixador de Timor-Leste - país que atualmente exerce a presidência da
organização - junto da CPLP, Antonito Araújo, afirmou que o processo de adesão
do país à Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) está "ainda
demorado" precisamente por causa de atrasos na educação.
"Por
isso Timor-Leste precisa de falar, discutir, dialogar com outros
Estados-membros sobre a mobilidade académica. Se Timor-Leste continua fraco a
nível de educação, então a CPLP, no espírito de comunidade, continua
fraca", considerou.
JH
// VM
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