quinta-feira, 26 de maio de 2016

Queda de antigos altos quadros do exército chinês deveu-se a "erros políticos" - jornal oficial


Pequim, 26 mai (Lusa) - A queda de Guo Boxiong e Xu Caihou, dois antigos vice-presidentes da Comissão Militar Central do Partido Comunista da China (PCC), deveu-se mais a "erros políticos" do que à sua "evidente corrupção", avança hoje um jornal oficial.

"O motivo chave (...) reside na violação da base da disciplina política do partido, mais do que os crimes de corrupção que cometeram, apesar de estes serem notórios e abomináveis", indica o Diário do Exército de Libertação Popular (ELP).

Guo, formalmente acusado de corrupção em abril passado, é a mais alta patente militar chinesa a ser julgada desde a fundação da China comunista, em 1949.

Xu, que foi também o 'número dois' da Comissão Militar, morreu de cancro no ano passado, já depois de ter sido expulso do PCC, mas antes de ser submetido a julgamento.

Assegurar a "liderança absoluta do PCC no exército teve uma importância decisiva", em ambos os casos, indica o artigo.

O jornal acrescenta ainda que "os altos cargos das Forças Armadas detêm enorme poder, o que significa que qualquer erro que cometam pode ser sério".

"E tratando-se de erros políticos, a punição poderá ser ainda mais severa", prossegue, acrescentando, sem detalhar, que durante um período, "as reformas políticas no exército foram sabotadas por várias razões".

A queda de Guo e Xu surge na sequência das medidas do Presidente chinês, Xi Jinping, destinadas a consolidar um maior poder para o controlo do EPL, o maior exército do mundo e o melhor equipado militar e tecnicamente.

Além de ser secretário-geral do PCC, o cargo mais importante do país, Xi dirige também a Comissão Militar Central e foi recentemente nomeado "comandante em chefe" das Forças Armadas.

JOYP // MSF

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