Hong
Kong, China, 25 mai (Lusa) -- A filha de Gui Minhai, um dos cinco livreiros de
Hong Kong que desapareceram no final do ano passado, pediu ajuda às autoridades
norte-americanas para pôr termo à detenção "não oficial e ilegal" do
seu pai na China.
Angela
Gui falava na terça-feira, em Washington, perante a Comissão Executiva do
Congresso sobre a China, foi hoje divulgado.
Gui
Minhai, livreiro naturalizado sueco e coproprietário da editor Mighty Current,
não regressou da Tailândia, aonde se deslocou de férias em outubro de 2015.
A
filha do livreiro disse à comissão que lhe foi negado acesso consular ou
representação legal.
"Passaram
oito meses desde que o meu pai e os seus colegas foram detidos. Ainda ninguém
me disse onde é que ele está, como é que está a ser tratado ou qual é a sua
situação legal", afirmou Angela Gui.
"Não
é clara o motivo pelo qual o meu pai está sob custódia chinesa. Não sei qual é
a razão oficial, contudo parece-me bastante claro que é por causa do seu
trabalho e suponho que é por causa disso que todos os seus colegas também estão
lá, ou estiveram lá", declarou.
A
sua detenção "não oficial e ilegal" é "especialmente chocante
pelo facto de o meu pai ter apenas nacionalidade sueca" , afirmou.
Entre
outubro e dezembro do ano passado, cinco funcionários ligados à editora Mighty
Current e à livraria Causeway Bay Books -- que publicava e vendia livros
críticos de Pequim, -- desapareceram em circunstâncias misteriosas.
Gui
Minhai desapareceu em Pattaya (Tailândia) em outubro. Lam Wing-kee, Cheung
Chi-ping e Lui Por desapareceram no mesmo mês quando se encontravam no interior
da China. Lee Bo desapareceu em dezembro em Hong Kong.
Todos
reapareceram depois sob tutela das autoridades chinesas, na China continental,
não havendo registo, no caso dos dois que estavam em Hong Kong e na Tailândia,
de quando e onde cruzaram a fronteira.
Todos
surgiram também na televisão chinesa a confessar crimes ou terem ido à China
voluntariamente para colaborar com investigações policiais.
Organizações
de defesa dos direitos humanos, familiares e amigos consideram que as
confissões foram feitas sob coação.
Alguns
dos livreiros foram libertados, regressaram a Hong Kong e pediram às
autoridades locais que deixem de investigar os respetivos desaparecimentos,
tendo regressado quase de imediato ao interior da China.
FV
(MP) // ARA
Sem comentários:
Enviar um comentário