Macau,
China, 23 jun (Lusa) -- O secretário para os Transportes e Obras Públicas de
Macau afirmou hoje que a primeira linha do metro do território entrará em
funcionamento em 2019, com um orçamento estimado em 11.000 milhões de patacas
(1.214 milhões de euros).
A
prioridade é terminar o segmento da Taipa, que vai ter 9,3 quilómetros e 11
estações, sublinhou Raimundo do Rosário, aos jornalistas, à saída de uma
reunião da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões
Públicas da Assembleia Legislativa (AL).
"A
nossa primeira prioridade é acabar a linha da Taipa e a seguir ligá-la à Barra
[na península de Macau]. Depois haverá uma linha que sairá mais ou menos do
Istmo [no Cotai, zona de aterros entre as ilhas da Taipa e de Coloane] para
Coloane", adiantou Raimundo do Rosário, revelando os planos para uma
ligação ao complexo de habitação pública de Seac Pai Van, que tem aproximadamente
9.000 frações.
Esse
novo troço terá uma extensão aproximada de dois quilómetros e duas paragens:
Seac Pai Van e o futuro segundo hospital público de Macau. Mas isto, ressalvou,
"é outra obra".
"Em
Coloane ainda vamos iniciar o projeto", especificou.
Raimundo
do Rosário garantiu, por outro lado, que uma decisão sobre o metro ligeiro na
península de Macau vai ser tomada "ainda este ano".
O
traçado definido inicialmente para a península de Macau desencadeou contestação
devido à passagem por determinadas zonas, incluindo residenciais.
"Não
voltaremos a partir isto em bocados. O projeto vai ser único, será uma
linha", afirmou o secretário. Neste sentido, salientou que no orçamento da
linha da Taipa -- 11.000 milhões de patacas (1.214 milhões de euros)
encontram-se incluídos "todos os custos".
"É
uma estimativa -- sei que não estamos habituados a fazer isso, mas passaremos a
fazer isso: que é dizer quando é que as coisas acabam e quanto é que
custam", afirmou.
"Isto
tem de ser bem explicado. Dou um exemplo: o Parque de Materiais e Oficina não
serve só a linha da Taipa, servirá depois Coloane, e também em parte Macau.
Entretanto, todo o custo do parque foi imputado nestes 11.000 milhões da
Taipa", indicou.
A
abertura de propostas para esse parque, no âmbito de um concurso público, terá
lugar a 01 de julho, estando o custo da empreitada estimado em 1.000 milhões de
patacas (110,4 milhões de euros), acrescentou.
O
presidente da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e
Concessões Públicas da AL, Ho Ion Sang, fez uma síntese das informações
transmitidas pelo secretário aos deputados, dando conta de que, até ao momento,
o valor das adjudicações relativas ao segmento da Taipa ascende a 8.000 milhões
de patacas (883 milhões de euros).
Relativamente
ao Parque de Materiais e Oficina, adiantou que o Governo foi "claro"
sobre uma "nova metodologia" a adotar que prevê um prémio e multas.
Caso o empreiteiro cumpra todos os 14 prazos definidos terá direito a um bónus
equivalente a 8%, ou seja, 80 milhões de patacas (8,8 milhões de euros), adiantou,
indicando que o novo modelo -- que o governo vai usar pela primeira vez -- é prática
relativamente comum nas obras privadas.
O
deputado revelou ainda a intenção de o Governo extinguir, no próximo ano, o
Gabinete para as Infraestruturas de Transportes (GIT), criado em 2007, com a
natureza de equipa de projeto, para tratar da implementação do sistema de
metro, e de constituir uma sociedade de capitais públicos para a exploração do
metro.
No
total, para o projeto global do metro, incluindo estudos de consultadoria,
foram gastos, até ao momento, 10.000 milhões de patacas (1.103 milhões de
euros), segundo o secretário.
O
metro ligeiro constitui uma das principais obras públicas desde a transferência
do exercício de soberania no território de Portugal para a China, em 1999.
DM
// MP
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