sexta-feira, 1 de julho de 2016

Mais de 2.000 polícias destacados para protesto na sexta-feira em Hong Kong


Hong Kong, China, 30 jun (Lusa) -- Mais de 2.000 polícias vão ser destacados na sexta-feira para a zona do Gabinete de Ligação do Governo Central da China em Hong Kong, onde três grupos vão promover um protesto no 19.º aniversário da transferência de soberania para a China.

O protesto é promovido pelo Hong Kong National Party, Hong Kong Indigenous e Youngspiration, grupos 'localists' que se distanciaram da tradicional marcha anualmente realizada, a partir do Parque Victoria, pela Frente Civil dos Direitos Humanos, que este ano estima a participação de 100.000 pessoas, escreve o South China Morning Post.

Segundo a imprensa local, os três grupos não pediram autorização à polícia para o protesto junto ao Gabinete de Ligação do Governo Central em Hong Kong.

O protesto é referido como 'black mask rally' [concentração de máscaras pretas, na tradução livre], em alusão ao pedido dos organizadores para os participantes levarem máscaras e roupas pretas para dificultar a identificação pela polícia.

O movimento 'localism' cresceu após as manifestações pró-democracia em 2014 e o fracasso em conseguir concessões de Pequim sobre a reforma política.

Estes novos grupos, designados 'localists', pedem uma maior autonomia em relação à China -- alguns falam mesmo em independência --, e defendem o recurso a táticas mais radicais para forçar a mudança.

Numa entrevista à Bauhinia Magazine, citada hoje pelos jornais da antiga colónia britânica, o diretor do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês disse que os apelos para a independência Hong Kong estão a ser defendidos apenas por um pequeno número de radicais.

Wang Guangya disse que Pequim está a vigiar de perto os "separatistas" de Hong Kong e que esta "fase inquieta" vai eventualmente morrer com o amadurecimento dos políticos, segundo a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong.

FV // VM

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