António
Veríssimo, Lisboa
Emília
Pires, ex-minisra das Finanças dos governos de Xanana Gusmão, é a protagonista
de uma triste novela em que vai ter de se ver condenada pelo Tribunal Distrital
de Díli. Na atualidade anda fugida à justiça timorense e refugiou-se em
Portugal depois de várias peripécias que em nada abonam a seu favor. O noticiário
sobre aquela personagem é vasto e títulos de trabalhos jornalísticos é o que não
falta para os que tiverem curiosidade de conhecer minimamente o caso. No final
dispomos alguns títulos com ligação aos respetivos textos para oferta do
conhecimento ou reler e recordar o que já possa estar esquecido.
Após
um longo processo material e temporal o Tribunal de Díli aguarda a presença de
Emília Pires para dar a conhecer a sentença. Fala-se em 10 anos de prisão para
a ex-ministra mas fonte próxima da justiça timorense julga saber que em vez de
10 anos o tribunal "punirá os crimes cometidos por Emília Pires num máximo de 5
a 7 anos de prisão".
Por
possuir a informação de que a punição para os crimes cometidos incluem prisão
Emília aproveitou - com autorização do TDD para viajar ao estrangeiro em
representação do Estado Timorense - para fugir e não regressar a Timor-Leste. Primeiro durante uns dias acoitada na Austrália e depois acabou por se refugiar em Portugal, dizendo então que quer
ser julgada em Portugal, alegando não confiar na justiça timorense. De
salientar que Emília Pires possui dupla nacionalidade: timorense e portuguesa. E que agora, estranhamente, confia na justiça em Portugal.
Especialistas
em procedimentos da justiça afirmam que é impraticável e impossível Emília poder
ser julgada em Portugal pelo crime de que vem sendo acusada pela justiça
timorense, apesar de também possuir nacionalidade portuguesa. O que não
invalidou que a fugitiva entregasse na Embaixada de Timor-Leste em Portugal
requerimento e tese dessa pretensão ao Tribunal de Díli.
Os
meandros de toda esta “novela” são vastos mas também quase nada transparentes. “Uma
balbúrdia que vai dar a nada porque a arguida vai ter de se apresentar à
justiça timorense, ao TDD, para que o desenvolvimento dos procedimentos legais
sejam cumpridos. Terá de se sujeitar como todos os que são julgados e dependem
da decisão dos tribunais. Culpada ou inocente, é o que terá de ouvir
sentenciado e qual a punição correspondente se for considerada culpada”,
afirmou a fonte judicial que contactámos para melhor entendermos o que se prevê
que aconteça neste processo em que a ex-ministra está envolvida.
Observando
no tempo ido afirmações de Emília Pires temos de considerar estranho que a foragida
se faça valer da sua dupla nacionalidade e agora se afirme portuguesa. Não há
assim tanto tempo (2010) que dos portugueses e de Portugal Emília fazia juízos ordinariamente
depreciativos que chegaram ao conhecimento público via Jornal Digital,
referindo inclusive que “nunca odiei tanto os portugueses como agora. Um grupo
de gananciosos, que enquanto colonizadores nunca fizeram nada para desenvolver
o país, que durante o tempo da resistência nos empurraram para nos transformar
num problema internacional e que depois que a comunidade internacional nos
acolheu, os cabr… estão a voltar com supostos projectos que não são outra coisa
do que uma forma de roubar o nosso dinheiro”.
Ao
contrário de há quase 7 anos atrás Emília refugiou-se em Portugal em busca de
proteção e justiça, entre os portugueses “filhos da puta e cabrões” que até
roubam os timorenses. Temos assim a prova mais que provada que Emília,
ex-ministra que destila ódio pelos portugueses é uma pessoa de caráter lodoso,
para não dizer de caneiro, que tudo lhe serve desde que de sua conveniência. Para
ela pouco importa que recorra a um país de “filhos da puta” e de “cabrões”, que
até manifeste a sua nacionalidade portuguesa recorrendo os juízes que tanto
critica e põe em dúvida as suas competências - como declarou também em 2010
quando afirmou que “não é necessário que os juízes saibam falar português, uma
vez que em Portugal não têm sequer juízes competentes em número suficiente”. Parece
que agora Emília até confia nos juízes e na justiça em Portugal…
Confia,
ou é o que lhe convém para “empatar”, para baralhar e dar cartas de novo? Provavelmente num jogo viciado.
Para
que melhor possamos avaliar aquela ex-ministra - agora convenientemente
portuguesa – publicamos na integra a peça do Jornal Digital de 17 de Julho de
2010 de onde retirámos as citações que atrás referimos.
Convém
esclarecer que em Portugal já existem políticos, ex-governantes, banqueiros e
outros vigaristas constituintes de um polvo mafioso de grandes proporções. E
também que em Portugal os portugueses consideram muito bem-vindos os seus irmãos
queridos de Timor-Leste, os timorenses. O mesmo não se poderá dizer dos
que alegadamente podem ser potenciais criminosos que causaram dolo aos bens e
interesses legítimos da Pátria Timorense e, consequentemente, ao seu povo. Desses temos por aqui muitos. Demasiados e impunes. Também
em Portugal existe um adágio que poderá esclarecer como Emília poderá ser
considerada no país dos “gananciosos” e dos “filhos da puta”. É dito popular: “quem
não deve não teme”.
Pelo
visto Emília teme. O que teme Emília Pires?
AV
/ MM
Como prometido, do
jornal Digital:
Críticas
sobre os portugueses mancham imagem da Ministra das Finanças de Timor-Leste
Jornal Digital - 17 Julho 2010
Uma
série de e-mails datados de 2006 e agora divulgados revelam críticas de Emília
Pires, actual Ministra das Finanças timorense, à presença portuguesa no
território. Nos emails Emília Pires apelida os portugueses de "Filhos de
uma grande p..."
Comentando
uma proposta de investimentos de uma empresa portuguesa para Timor-Leste, feita
ao então Primeiro Ministro Ramos Horta, Emília Pires apelida os portugueses de
«Filhos de uma grande p... Estes cabr… só estão aí para roubar dinheiro...é
como aquelas nonas portuguesas que dizem vir ensinar português aos nossos».
A
agora Ministra das Finanças timorese, considerada uma das figuras mais próximas
do Primeiro-Ministro Xanana Gusmão, refere ainda, no seguimento desta proposta,
que «nunca odiei tanto os portugueses como agora. Um grupo de gananciosos, que
enquanto colonizadores nunca fizeram nada para desenvolver o país, que durante
o tempo da resistência nos empurraram para nos transformar num problema
internacional e que depois que a comunidade internacional nos acolheu, os cabr…
estão a voltar com supostos projectos que não são outra coisa do que uma forma
de roubar o nosso dinheiro».
Na
troca de e-mails, Emília Pires chega mesmo a pedir a uma das suas
interlocutoras (que viria a ocupar o cargo de assessora de imprensa do
Ministério das Finanças, já sob tutela de Emília Pires) para accionar os seus
contactos jornalísticos em Timor e avançar com uma campanha para «minar» as
possibilidades da concretização desta proposta de investimentos.
Emília
Pires critica ainda a presença de juízes portugueses em Timor-Leste. Segundo a
Ministra das Finanças, «não é necessário que os juízes saibam falar português,
uma vez que em Portugal não têm sequer juízes competentes em número
suficiente».
Mas
as críticas de Emília Pires têm também destinatários internos. Num dos e-mails,
Emília Pires critica fortemente Longuinhos Monteiro, então Procurador Geral da
República timorense e actual Comandante geral da Polícia Nacional de
Timor-Leste, por este ter recusado nomear um adjunto estrangeiro para auxiliar
o Ministério Público nos casos da crise 2006. Emília diz de Longuinhos que «o
estúpido nem sequer sabe ler documentos legais!!! Vamos ter problemas se ele
não tiver ajuda de topo.»
O
Timor Digital tentou obter um comentário de Emília Pires, mas não houve
qualquer resposta por parte dos responsáveis do Ministério das Finanças.
Outros títulos relacionados:
Sem comentários:
Enviar um comentário