Pequim,
30 ago (Lusa) - O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, disse
hoje esperar que a Índia tenha "aprendido a lição", após meses de um
impasse entre as tropas chinesas e indianas num território disputado nos
Himalaias.
Os
comentários de Wang surgem nas vésperas da nona cimeira do bloco de grandes
economias emergentes BRICS, onde os presidentes dos dois países se vão reunir.
Na
segunda-feira, Pequim e Nova Deli concordaram em retirar as suas tropas do
planalto de Doklam, um território disputado entre a China e o Butão - aliado da
Índia - no sul do Tibete.
"Esperamos
que o outro lado aprenda a lição com este incidente e evite que se repita.
Esperamos que, através dos esforços de ambos os lados, mantenhamos relações
saudáveis e estáveis", afirmou.
Nenhum
dos lados avançou detalhes sobre como foi resolvido o impasse e a China disse
que pode retomar a construção da estrada que deu início à disputa, depois de as
tropas indianas terem avançado para travar a construção.
A
resolução parece servir para prevenir que o mais grave confronto entre dois
países vizinhos e potências nucleares das últimas décadas perturbe a cimeira
dos BRICS, que contará com a presença do Presidente chinês, Xi Jinping, e do
Primeiro-Ministro indiano, Narendra Modi.
Os
líderes da Rússia, Brasil e África do Sul vão também participar da nona cimeira
do BRICS.
Índia
e China afirmaram que as suas tropas vão continuar a patrulhar a área de
Doklam, como faziam antes do início do impasse.
Doklam,
ou Donglang, em chinês, é reclamado pelo reino do Butão, um aliado de Nova
Deli, mas Pequim diz que pertence à China, com base num tratado de 1890,
assinado com o Reino Unido.
Butão
e China participaram de várias rondas de diálogo, mas nunca resolveram a
disputa.
China
e Índia, ambas potências nucleares, partilham uma fronteira com 3.500
quilómetros de extensão, a maioria contestada.
Diferendos
territoriais levaram a um conflito, em 1962, que causou milhares de mortos.
JOYP
// SB
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