Díli, 20 mar (Lusa) - O Governo
timorense poderá ter que fazer um levantamento de 200 a 250 milhões de dólares,
até julho, do Fundo Petrolífero para financiar o Estado, apesar dos esforços de
"contenção", disse à Lusa o ministro do Plano e Finanças.
"Mantemos o nosso esforço de
contenção do gasto e ainda não retirámos nada do Fundo Petrolífero. Estamos a
fazer um cálculo até julho e estimamos ter que retirar entre 200 e 250
milhões" (entre 162 e 202 milhões de euros), afirmou Rui Gomes.
"Isso permitirá esticar os
fundos do Estado até à entrada em vigor do novo orçamento", referiu.
Timor-Leste está em regime de
duodécimos desde o início do ano, um dos impactos da crise política do país que
tem o parlamento dissolvido e que vai a eleições antecipadas a 12 de maio.
Segundo Rui Gomes, o Governo tem
procurado controlar ao máximo os gastos públicos que em janeiro e fevereiro
ascenderam a um total de 122 milhões de dólares (quase 99 milhões de euros), ou
62% do teto máximo possível no regime duodecimal.
"Em março antecipamos gastar
entre 70 a 80 milhões [entre 57 a 65 milhões de euros] e em abril um pouco
menos. Estamos a gastar com muito rigor", referiu.
O ministro timorense confirmou
que a situação política está a ter um impacto na situação económica, com o país
"a entrar em recessão", ainda que tudo aponta que seja apenas
"um período temporário".
"Vamos poder voltar a
crescer em agosto ou setembro quando entrar em vigor o novo orçamento", sublinhou.
Dados do Ministério das Finanças
referem que em fevereiro a execução foi de 88,1% em salários e vencimentos, de
39,5% em bens e serviços, de 55,3% em capital de desenvolvimento, de 63,6% em
transferências públicas e de 76,1% em gastos de contigêntica.
Para março, o Estado tem um
orçamento de 104,63 milhões de dólares (84,74 milhões de euros).
ASP
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