Banguecoque, 17 abr (Lusa) - O
novo presidente da Birmânia, Win Myint, anunciou hoje uma amnistia geral que
permitirá a libertação de mais de 8.000 prisioneiros, mais de trinta dos quais
condenados por razões políticas.
O presidente justificou o perdão
com razões humanitárias.
"Para dar paz aos corações
das pessoas e pelo apoio humanitário, 8.490 prisioneiros de várias prisões
receberão um perdão", disse o gabinete presidencial, em comunicado.
Trata-se da primeira amnistia
concedida desde que Win Myint assumiu o cargo, em 31 de março, e coincide com a
celebração do Ano Novo de Thingyan (Novo Ano Budista).
A medida foi estendida a 51
outros prisioneiros estrangeiros, que serão deportados para os seus países,
acrescentou o gabinete presidencial, num outro comunicado.
A maior parte (6.362) dos
amnistiados estava a cumprir sentenças por crimes relacionados com o tráfico de
drogas. Os restantes (2.021) são membros das forças armadas e da polícia,
acrescentou o porta-voz do gabinete, Zaw Htay, na sua página no Facebook.
Entre os amnistiados estão 36
pessoas presas por motivos políticos, segundo revelou a Associação de
Assistência aos Presos Políticos (AAPP) nas redes sociais.
A organização disse que nas
prisões do país há 18 presos políticos com condenação final e 74 presos preventivamente,
a aguardar julgamento.
A concessão de amnistias é
habitual na Birmânia, em datas especiais como a de Thingyan, celebrada em
meados de abril.
A libertação de todos os presos
políticos foi uma das promessas eleitorais do líder de facto do governo, Aung
San Suu Kyi, que passou quinze anos em prisão domiciliária durante a última
junta militar.
A Liga Nacional pela Democracia,
uma formação liderada por Suu Kyi, formou governo há dois anos, vencendo em
novembro de 2015 as primeiras eleições democráticas no país, depois de quase
cinco décadas de ditaduras militares.
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