Díli, 16 jan (Lusa) - O
Ministério das Finanças timorense aprovou uma dotação orçamental temporária
(DOT) de 71,88 milhões de dólares (cerca de 63 milhões de euros) para o mês de
janeiro, no quadro da aplicação do regime de duodécimos, informou um
responsável do orçamento.
O valor total de despesas do
Orçamento Geral do Estado (OGE) inclui 16,67 milhões de dólares para salários e
vencimentos, 28,97 milhões de dólares para bens e serviços e 26,23 milhões em
transferências públicas.
Não há qualquer valor destinado a
capital menor ou a capital de desenvolvimento, segundo a informação dada a
conhecer pelo Diretor Nacional do Orçamento, Salomão Yaquim.
Na prática, o regime duodecimal
implica que, mensalmente, o Governo só pode gastar um doze avos do Orçamento
Geral do Estado (OGE) do ano passado, que entrou em vigor no final de setembro
e que totalizou 1.279,6 milhões de dólares (cerca de 1.100 milhões de euros).
Em concreto, o Estado pode
gastar, mensalmente, até cerca de 106,6 milhões de dólares (cerca de 93 milhões
de euros).
Na semana passada, a ministra
interina das Finanças, Sara Brites, tinha dito aos jornalistas que o Governo
tinha na conta do Tesouro cerca de 296 milhões de dólares no início deste ano,
o que - se a DOT se mantiver - implica ter fundos para cerca de três meses de
regime duodecimal.
O regime duodecimal, com que o
país viveu durante os primeiros nove meses do ano passado - consequência do
impasse político que o país viveu então - tem que ser aplicado desta vez porque
o OGE para 2019 ainda está a ser apreciado pelo chefe de Estado.
A aplicação do regime garante o
pagamento de salários, bens e serviços, capital de desenvolvimento para
projetos em curso e transferências públicas, como os pagamentos de pensões a
veteranos ou idosos.
O Presidente timorense, Francisco
Guterres Lu-Olo, ouviu na terça-feira o Conselho de Estado depois de uma ronda
de contactos com vários quadrantes da sociedade timorense no âmbito do seu
processo de apreciação da proposta de OGE para 2019.
Na mesa do Presidente está o
maior OGE de sempre, no valor de 2,13 mil milhões de dólares e que foi aprovado
por 40 votos a favor e 25 contra no passado dia 22 de dezembro, tendo sido
entregue ao chefe de Estado na véspera de Natal.
A Constituição timorense dá ao
chefe de Estado 30 dias para avaliar o diploma, devendo a sua decisão ser
comunicada ao Parlamento Nacional até 23 de janeiro e, em caso de promulgação,
o diploma será publicado no Jornal da República.
Isso poria fim imediato ao regime
duodecimal nas contas públicas.
No caso de veto presidencial, a
proposta do OGE voltaria ao Parlamento Nacional onde teria que ser reaprovada
por uma "maioria de dois terços dos deputados presentes, desde que
superior à maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções".
Num cenário de normalidade isso
implica ter o apoio de 43 dos 65 deputados.
ASP // FST
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