terça-feira, 28 de abril de 2015

Força laboral timorense representa menos de um terço da população - estudo


Díli, 27 abr (Lusa) - A força laboral timorense representa menos de um terço da população total com 213 mil trabalhadores e desempregados em 2013, segundo dados do Inquérito às Forças de Trabalho (IFT) divulgado em Díli.

Segundo o IFT, divulgado mais tarde do que o previsto, a taxa de participação laboral era no final de 2013 de 30,6%, num universo de 213 mil trabalhadores ativos, dos quais 189.800 trabalhadores com emprego, e com uma taxa de desemprego de 11%.

O rácio de emprego para população revela que apenas 27,3% da população (com mais de 15 anos) estava a trabalhar em 2013, com 23.400 desempregados - tendo sido contados os que estavam sem emprego e ativamente à procura de trabalho.

A população em idade laboral fora da força laboral estima-se em 483 mil pessoas.

Por setores de atividade, excluindo produção agrícola de subsistência, o IFT mostra que a maioria (45,1%) trabalha no setor de serviços, seguindo-se 41% na agricultura e 13% na indústria.

O inquérito comprovou que existem em Timor-Leste cerca de 178.900 produtores agrícolas de subsistência que não foram considerados como fazendo parte da força laboral, de acordo com as novas regras internacionais de elaboração de estatísticas de trabalho.

O relatório foi apresentado na semana passada em Díli pelo vice-ministro das Finanças, Helder Lopes, e pelo secretário de Estado para a Política da Formação Profissional e da Política de Emprego (SEPFOPE), Eligio Ximenes.

Trata-se do segundo levantamento realizado em Timor-Leste desde que o país se tornou independente em 2002 e procura ser um retrato da situação do emprego e do desemprego a nível nacional.

A edição de 2013 - publicada com atraso - usa as novas normas internacionais relativas às estatísticas de trabalho, emprego e subutilização de trabalho adotadas pela 19ª Conferência Internacional de Estatísticos do Trabalho.

Segundo o IFT só cerca de 7,5% dos trabalhadores tinham formação adequada às funções laborais que exerciam.

O estudo mostra que só 4 em 10 trabalhadores são assalariados com 36,7% a trabalhar por conta própria, 18,8% trabalhadores familiares não remunerados e 2,7% sendo empregadores.

O salário médio mensal era de 530,8 dólares americanos (488,6 euros ao câmbio atual), mas mais de um quarto dos trabalhadores recebia menos de 181 dólares por mês (166,6 euros), com o salário médio das mulheres (461 dólares ou 424 euros) a ser inferior ao dos homens (553 dólares ou 509 euros).

"É surpreendente, porém, notar que empregados com formação secundária tinham, em média, salários mais elevados (640 dólares ou 589 euros) que os com formação superior (578 dolares ou 532 euros), sugerindo que o mercado tem mais procura para trabalhadores com formação secundária que superior", refere o estudo.

De referir que 42,1% da população tinha educação secundária e apenas 1,4% superior.

O estudo revela ainda que cerca de 9% das 142.200 crianças entre 10 e 14 anos trabalhava, a maioria no setor agrícola ou na venda de mercados.

ASP // JCS

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