O
café timorense é o embaixador de Timor-Leste na edição deste ano da Expo Milão,
que decorre entre maio e Outubro, com o “conto do agricultor de café” a marcar
presença no ‘cluster’ dedicado ao sector cafeeiro.
Segundo
informam os organizadores na sua página online, a presença timorense mostrará
como “os países em desenvolvimento podem competir em termos de qualidade e
eficácia, através da agricultura orgânica e práticas de protecção ambiental
confiáveis e sustentáveis”.
Para
isso conta a história do fazendeiro de café timorense que “experimentou não só
os efeitos da colonização, guerras e revoluções políticas na sua fazenda, mas
também teve que competir internacionalmente com outras nações produtoras de
café muito maiores e já estabelecidas globalmente” tendo, para isso, apostado
“na produção de café orgânico premium”.
Segundo
os organizadores o caso timorense ilustra o reconhecimento que existe desde a
década de 1920 dos “potenciais benefícios de práticas de agricultura orgânica”
com certificação correspondente.
Timor-Leste
mostra como os agricultores mantêm registos detalhados de produção e venda como
parte de uma “trilha de auditoria”, mantém regras estritas de separação de
produtos orgânicos de outros não certificados e realizam inspecções regulares
às plantações.
Apesar
dos custos adicionais, estas práticas, referem, garantem uma melhor gestão dos
recursos e resultam em alimentação de maior qualidade e potencialmente mais
saudável.
“Reduz
poluição de pesticidas e fertilizantes artificiais, melhora a qualidade da
água, aumenta a biodiversidade e reduz dependência na importação de
combustíveis fósseis. É também uma agricultura multifuncional e diversificada
que realmente apoia o desenvolvimento rural”, sublinham os organizadores.
Visitantes
ao ‘cluster do café’ podem conhecer a história de Timor-Leste e os esforços que
estão a ser feitos no país para alcançar produção alimentar sustentável e
comércio justo.
Podem
ainda experimentar as variedades de grão de café.
Recorde-se
que no final de Março o ministro da Agricultura timorense, Estanislau da Silva,
disse no Parlamento Nacional que o executivo vai aprovar um novo programa para
reforçar e aumentar a produção do café, com novas plantações e o
rejuvenescimento das existentes, consolidando assim uma cultura
"emblemática" do país.
"O
café é prioridade do Ministério da Agricultura que está a incluir um programa
revisto, praticamente novo. Queremos um reforço para o sector", disse
Estanislau da Silva, que é também ministro de Estado e Coordenador dos Assuntos
Económicos.
Considerando
que o que tem sido feito até aqui é de "pequena dimensão" e apesar do
apoio de organizações internacionais, o ministro disse que é necessário
consolidar o sector que vai "merecer atenção especial do Governo".
Estimativas
do sector do café timorense apontam a que, actualmente, cerca de 70 mil
famílias timorenses recebam cerca de 250 dólares por ano, em média, pelas
exportações do sector, um valor bastante reduzido.
Timor-Leste
exporta anualmente cerca de 18 milhões de dólares em café.
Sapo
TL com Lusa
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