sábado, 23 de maio de 2015

Guiné Equatorial quer integrar o Fórum Macau


Macau, China, 22 mai (Lusa) - A Guiné Equatorial quer juntar-se ao Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, estando essa intenção atualmente a ser estudada pelos países integrantes do Fórum.

A informação, avançada na edição de hoje do jornal Macau Daily Times citando uma "fonte diplomática", foi confirmada pela agência Lusa.

O diário em língua inglesa diz ainda que a formalização da entrada da Guiné Equatorial deverá acontecer no terceiro trimestre deste ano, quando for realizada a próxima conferência ministerial, em Macau.

Contactado pela Lusa, o cônsul-geral em Macau e representante de Portugal no Fórum Macau, Vítor Sereno, não quis comentar. Não foi também possível obter uma confirmação junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Em julho de 2014, a Guiné Equatorial integrou a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) como membro de pleno direito. Na altura, os membros da CPLP reiteraram o apoio às autoridades no cumprimento dos estatutos, nomeadamente quanto à "adoção da moratória da pena de morte, até à sua abolição".

A decisão foi amplamente criticada pelas organizações de defesa dos direitos humanos, designadamente a Human Rights Watch (HRW).

"Este é mais um exemplo dos esforços do presidente Obiang [Nguema] para obter reconhecimento na cena internacional fazendo promessas de direitos humanos que nunca cumpre", comentou na altura Lisa Misol, investigadora da HRW à agência Lusa.

Ao aceitar a adesão da Guiné Equatorial, acrescentou, "os líderes dos países de língua portuguesa estão a correr um enorme risco" e sugere que seja imposta uma "avaliação independente" do regime em termos de direitos humanos.

"De outra forma, o presidente Obiang vai usar isto como uma propaganda de vitória e a comunidade fracassará em assegurar um progresso real em termos de respeito dos direitos humanos", frisou.

ISG (JH/BM)// EL

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