Macau,
China, 22 mai (Lusa) - A Guiné Equatorial quer juntar-se ao Fórum para a
Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua
Portuguesa, estando essa intenção atualmente a ser estudada pelos países
integrantes do Fórum.
A
informação, avançada na edição de hoje do jornal Macau Daily Times citando uma
"fonte diplomática", foi confirmada pela agência Lusa.
O
diário em língua inglesa diz ainda que a formalização da entrada da Guiné
Equatorial deverá acontecer no terceiro trimestre deste ano, quando for
realizada a próxima conferência ministerial, em Macau.
Contactado
pela Lusa, o cônsul-geral em Macau e representante de Portugal no Fórum Macau,
Vítor Sereno, não quis comentar. Não foi também possível obter uma confirmação
junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Em
julho de 2014, a Guiné Equatorial integrou a Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) como membro de pleno direito. Na altura, os membros da CPLP
reiteraram o apoio às autoridades no cumprimento dos estatutos, nomeadamente
quanto à "adoção da moratória da pena de morte, até à sua abolição".
A
decisão foi amplamente criticada pelas organizações de defesa dos direitos
humanos, designadamente a Human Rights Watch (HRW).
"Este
é mais um exemplo dos esforços do presidente Obiang [Nguema] para obter
reconhecimento na cena internacional fazendo promessas de direitos humanos que
nunca cumpre", comentou na altura Lisa Misol, investigadora da HRW à
agência Lusa.
Ao
aceitar a adesão da Guiné Equatorial, acrescentou, "os líderes dos países
de língua portuguesa estão a correr um enorme risco" e sugere que seja
imposta uma "avaliação independente" do regime em termos de direitos
humanos.
"De
outra forma, o presidente Obiang vai usar isto como uma propaganda de vitória e
a comunidade fracassará em assegurar um progresso real em termos de respeito
dos direitos humanos", frisou.
ISG
(JH/BM)// EL
Sem comentários:
Enviar um comentário