Lisboa,
22 mai (Lusa) - A Assembleia da República recordou hoje as vítimas timorenses
da II Guerra Mundial, num momento em que se assinalam os 70 anos do fim desse
conflito e os treze anos da independência de Timor-Leste.
"Considerando
as profundas relações históricas que Portugal manteve com o seu país-irmão,
Timor-Leste", as bancadas da maioria e da oposição aprovaram por
unanimidade um voto conjunto em memória das vítimas timorenses da II Guerra
Mundial, "raramente lembradas", expressando o desejo de que "a
história não se repita".
"Estima-se
que mais de 40 mil timorenses terão morrido durante a ocupação japonesa. De
facto, durante o período 1939-1946, segundo as cifras oficiais, a população de
Timor oriental - parte administrada por Portugal - diminuiu, efetivamente, de
472 mil para 403 mil habitantes", lê-se no documento.
Nas
votações de hoje, o parlamento aprovou também votos de pesar e cumpriu um
minuto de silêncio pelas mortes do antigo deputado constituinte Germano da
Silva Domingos, do antigo secretário de Estado da Saúde António Galhordas, da
ex-diretora do Museu Berardo, em Sintra, Maria Nobre Franco e da Presidente do
Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado, Elza Chambel.
Engenheiro
civil, natural dos Açores, Germano da Silva Domingos foi eleito deputado à
Assembleia Constituinte pelas listas do PPD, atual PSD, e foi secretário
Regional da Agricultura e Pescas do primeiro executivo regional açoriano. O
voto de pesar aprovado pelo parlamento elogia o seu "empenho vital na
autonomia e no desenvolvimento dos Açores, de que foi obreiro da primeira
hora".
O
médico António Galhordas, secretário de Estado da Saúde do I Governo
Provisório, foi membro do MDP/CDE e deputado à Assembleia da República. Era
desde 2001 militante do PCP. Morreu esta semana aos 83 anos. O parlamento
enalteceu a sua "intensa participação política durante o fascismo" e
a sua "corajosa e qualificada intervenção na luta pela liberdade e pela
democracia".
A
ex-diretora do Museu Berardo, em Sintra, Maria Nobre Franco, que morreu esta
semana, aos 77 anos, foi lembrada como "cidadã de firmes convicções, e
resistente antifascista", que "dedicou toda a sua vida à arte
portuguesa e aos artistas que tanto admirou e sem os quais não sabia
viver". O voto de pesar aprovado pelo parlamento refere que foi
"presa pela PIDE, por assinar uma carta dirigida a Oliveira Salazar, num
protesto pelo assassinato do pintor José Dias Coelho".
Nascida
em 1936 no Rio de Janeiro, licenciada em Direito, a presidente do Conselho
Nacional para a Promoção do Voluntariado, Elza Chambel, morreu esta semana, aos
78 anos. Era militante do PS desde 1974. A Assembleia da República louvou a sua
preocupação "com os mais fracos, com os mais débeis" e recordou-a
como alguém que até aos últimos dias da sua vida se manteve "fiel a uma forma
de viver solidariamente".
IEL
(HPG/LYFS/MLL) // SMA
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