Pequim,
14 mai (lusa) - Os líderes dos dois países mais populosos do mundo vão
encontrar-se hoje em Xian, no norte da China, numa cimeira invulgar celebrada
na imprensa oficial chinesa como "prenúncio de um século asiático".
Num
gesto raro, o Presidente chinês, Xi Jinping, receberá o primeiro-ministro
indiano, Narendra Modi, na capital da sua província natal, Shaanxi, e não no
Grande Palácio do Povo, no centro de Pequim, como é habitual.
China
e Índia têm no conjunto cerca de 2.600 milhões de habitantes, o que representa
37% da população do planeta, e apesar de divergirem ainda acerca do traçado da
fronteira comum, as suas economias são consideradas complementares.
A
visita de Mori à China - a primeira desde que assumiu o atual cargo, em 2014 -
ficará assinalada pela assinatura de contratos no valor de 10.000 milhões de
dólares, adiantou hoje a imprensa chinesa.
A
China é já o parceiro maior comercial da Índia, estimando-se em 70.000 milhões
de dólares o montante do comércio bilateral no ano passado.
Depois
de Xian, o primeiro-ministro indiano viajará para Pequim, onde vai encontrar-se
com o chefe do governo chinês, Li Keqiang, e a seguir visitará Xangai.
Antiga
capital da China durante a dinastia Tang (séculos VII a X), Xian foi também a
cidade onde um famoso monge chinês, Xuanzang, traduziu as escrituras sagradas
do budismo, originário da Índia.
Os
dois países travaram uma guerra em 1961, devido a um persistente diferendo
fronteiriço, mas as relações têm melhorado muito nos últimos anos.
China
e Índia fazem parte do bloco de economias emergentes BRICS, que inclui a
Rússia, o Brasil e a África do Sul, e são ambos fundadores da nova instituição
financeira internacional proposta por Pequim, o Banco Asiático de Investimentos
em Infraestruturas (AIIB, na sigla em inglês).
"Enquanto
os dois países olharem sempre para o largo panorama das seus laços bilaterais e
transcenderem as diferenças, está fora de dúvida que o dragão chinês e o
elefante indiano trabalharão juntos para o rápido rejuvenescimento de duas
civilizações", afirma hoje o China Daily num editorial dedicado à visita
de Narendra Modi.
AC
// JCS
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