sexta-feira, 15 de maio de 2015

INCÊNDIO EM FÁBRICA DE CALÇADO NAS FILIPINAS MATA 72 PESSOAS


O fogo deflagrou rapidamente e muitos trabalhadores não conseguiram escapar. Alguns morreram por inalação de fumo tóxico.

Um incêndio destruiu esta quarta-feira uma fábrica de sapatos nas proximidades da capital das Filipinas, Manila, matando 72 trabalhadores. 

A polícia informou que o fogo terá começado junto à entrada do edifício e foi provocado pelo contacto das faíscas de trabalhos de soldadura com produtos químicos inflamáveis.

As normas de segurança pouco apertadas nas Filipinas originam frequentemente incêndios em fábricas, sobretudo nas zonas mais pobres, e os trabalhadores queixam-se de estarem sujeitos a fracas condições de saúde e de segurança.

O incêndio propagou-se com rapidez e poucos conseguiram escapar às chamas. Muitos ficaram presos no segundo andar do edifício de onde, segundo relatos de alguns sobreviventes, foram incapazes de fugir devido às grades de ferro nas janelas. Vários trabalhadores terão sufocado com o fumo provocado pela combustão de borracha e produtos químicos. 

O responsável pela polícia nacional, Leonardo Espina, disse que as causas do incêndio estão a ser determinadas e que haverá consequências deste incidente que vitimou várias dezenas de pessoas. 

O proprietário da fábrica onde são fabricados chinelos e sandálias de borracha informou que cerca de 200 a 300 pessoas estariam no interior das instalações quando o incêndio deflagrou. No entanto, o número de mortos não deverá aumentar já que os corpos recuperados correspondem ao número de desaparecidos, disse à AFP Rexlon Gatchalian, presidente da cidade de Valenzuela, situada 14 quilómetros a norte de Manila.

Sobreviventes e familiares das vítimas denunciaram que os empregados desta fábrica recebem menos do que o ordenado mínimo, e trabalham em situação de risco, rodeados por produtos químicos. Os trabalhadores desconhecem como devem agir em caso de incêndio. Um dos sobreviventes testemunhou o pânico vivido no interior da fábrica em chamas: "Todos corríamos sem sabermos exatamente para onde ir".

Cristina Pombo – Expresso – foto Reuters

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