Koh
Lipe, Tailândia, 17 mai (Lusa) -- A Tailândia está preparada para acolher um
barco com pelo menos 450 migrantes que há dias navega à deriva nas águas da
Tailândia e Malásia, afirmou hoje um porta-voz da marinha tailandesa.
Wirapong
Nakprasit, oficial da marinha tailandesa, disse à Efe que desde quinta-feira
deram, em três ocasiões, assistência ao barco com comida e água, mas que os
migrantes, grande parte da minoria étnica 'rohingya', insistiram que querem ir
para a Malásia ou Indonésia.
"No
sábado reparámos-lhe o motor do barco porque tinha água e demos-lhe comida para
um dia e meio, o suficiente para chegarem à Indonésia", disse o militar na
ilha de Lipe, no sudoeste da Tailândia.
Embora
a Tailândia tenha reiterado que a sua política é não aceitar barcos com
imigrantes, Wirapong garantiu que a marinha tem um plano de contingência para
acolher os que em risco por razões humanitárias.
Cerca
de 6.000 pessoas estão, de acordo com a ONU, em barcos à deriva no Golfo de
Bengala à espera para desembarcar na Tailândia, Malásia ou na Indonésia,
semanas depois de terem partido do Bangladesh ou da Birmânia.
Os
migrantes são sobretudo oriundos do Bangladesh, de onde fogem da pobreza, e da
Birmânia, onde a minoria muçulmana 'rohingya' é perseguida.
Centenas
de migrantes foram socorridos na sexta-feira ao largo da Indonésia, depois do
naufrágio de uma embarcação com 712 pessoas a bordo que tinha sido repelida pela
Malásia, mas as expetativas de chegar a uma solução para a crise foram
frustradas pela Birmânia, que ameaçou boicotar uma cimeira regional sobre a
questão organizada pela Tailândia.
Dezenas
de milhares de migrantes transitam todos os anos pelo sul da Tailândia, ponto
de passagem para a Malásia, mas Banguecoque declarou recentemente guerra aos
traficantes, interrompendo as rotas habituais de passagem de migrantes, depois
de ter encontrado valas comuns com corpos de clandestinos em plena selva, de
acordo com várias ONG.
A
Indonésia e a Malásia receiam um agravamento da situação e anunciaram que, a
partir de agora, vão recusar a entrada de todas as embarcações de migrantes,
condenando os passageiros a uma prisão flutuante.
FV
(MDR/ EJ) // FV.
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