segunda-feira, 18 de maio de 2015

Tailândia diz que está preparada para acolher barco com pelo menos 450 migrantes



Koh Lipe, Tailândia, 17 mai (Lusa) -- A Tailândia está preparada para acolher um barco com pelo menos 450 migrantes que há dias navega à deriva nas águas da Tailândia e Malásia, afirmou hoje um porta-voz da marinha tailandesa.

Wirapong Nakprasit, oficial da marinha tailandesa, disse à Efe que desde quinta-feira deram, em três ocasiões, assistência ao barco com comida e água, mas que os migrantes, grande parte da minoria étnica 'rohingya', insistiram que querem ir para a Malásia ou Indonésia.

"No sábado reparámos-lhe o motor do barco porque tinha água e demos-lhe comida para um dia e meio, o suficiente para chegarem à Indonésia", disse o militar na ilha de Lipe, no sudoeste da Tailândia.

Embora a Tailândia tenha reiterado que a sua política é não aceitar barcos com imigrantes, Wirapong garantiu que a marinha tem um plano de contingência para acolher os que em risco por razões humanitárias.

Cerca de 6.000 pessoas estão, de acordo com a ONU, em barcos à deriva no Golfo de Bengala à espera para desembarcar na Tailândia, Malásia ou na Indonésia, semanas depois de terem partido do Bangladesh ou da Birmânia.

Os migrantes são sobretudo oriundos do Bangladesh, de onde fogem da pobreza, e da Birmânia, onde a minoria muçulmana 'rohingya' é perseguida.

Centenas de migrantes foram socorridos na sexta-feira ao largo da Indonésia, depois do naufrágio de uma embarcação com 712 pessoas a bordo que tinha sido repelida pela Malásia, mas as expetativas de chegar a uma solução para a crise foram frustradas pela Birmânia, que ameaçou boicotar uma cimeira regional sobre a questão organizada pela Tailândia.

Dezenas de milhares de migrantes transitam todos os anos pelo sul da Tailândia, ponto de passagem para a Malásia, mas Banguecoque declarou recentemente guerra aos traficantes, interrompendo as rotas habituais de passagem de migrantes, depois de ter encontrado valas comuns com corpos de clandestinos em plena selva, de acordo com várias ONG.

A Indonésia e a Malásia receiam um agravamento da situação e anunciaram que, a partir de agora, vão recusar a entrada de todas as embarcações de migrantes, condenando os passageiros a uma prisão flutuante.

FV (MDR/ EJ) // FV.

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