Melbourne,
Austrália, 11 set (Lusa) - A base militar de Puckapunyal, que acolheu centenas
de refugiados timorenses da violência pós-referendo em 1999 poderá agora ser
utilizada para alojar alguns dos 12 mil refugiados sírios que a Austrália vai
acolher.
Conhecida
como "Pucka", a base, normalmente usada para formação pelo exército
australiano, está localizada a 10 quilómetros oeste de Seymour, no centro do
estado australiano de Victoria.
Daniel
Andrews, primeiro-ministro estatal, sugeriu esta opção em resposta à decisão do
Governo nacional que esta semana anunciou que a Austrália vai receber 12 mil
refugiados da Síria e do Iraque, desconhecendo-se, para já, quando os
refugiados chegarão ao país.
Andews,
numa carta ao chefe do Governo australiano Tony Abbott disse que o seu estado
está "preparado" para ajudar a acolher os refugiados, algo que já
ocorreu várias vezes no passado.
Um
dos exemplos ocorreu durante a violência de setembro de 1999, depois do anúncio
da vitória da independência na consulta popular em Timor-Leste, quando centenas
de timorenses ali foram acolhidas.
Já
antes disso, no início dessa década, a mesma base tinha sido usada para acolher
refugiados kosovares.
Peter
Mares, investigador do Institute for Social Research da Universidade Swinburne
explicou à ABC austrália que em 1999 os timorenses tiveram um visto temporário
de curto-prazo, até que a sua situação em Timor-Leste melhorasse.
"As
pessoas podiam entrar e sair da base, não estavam detidos, e recebiam uma
pequena ajuda financeira", explicou, notando que a mesma medida poderia
ser usada para os refugiados sírios.
ASP
// JCS
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