Banguecoque,
11 set (Lusa) -- A Human Rights Watch (HRW) exigiu hoje às autoridades da
Tailândia que ponham fim à detenção de dissidentes, depois de um ex-ministro do
governo deposto no golpe de 2014 ter sido detido por criticar a junta militar.
As
autoridades admitiram na quinta-feira que têm sob custódia e isolado numa base
militar o ex-ministro da Energia, Pichai Naripatapan, para um "ajuste de
atitude" depois de se ter negado a parar com as críticas ao Governo.
Reconheceram
também a detenção de Karun Hosakul, outro membro do Phuea Thai, o partido do
Governo deposto, dias depois de terem retirado o passaporte ao ex-ministro da
Educação, Chaturon Chaisaeng, pelos mesmos motivos.
"A
junta militar continua a recorrer a detenções arbitrárias e detenções secretas
para intimidar e silenciar as pessoas que criticam o Governo militar
pacificamente", disse o diretor da HRW, Brad Adams, em comunicado.
"À
medida que a junta reforça os seus poderes ditatoriais, o clima de medo na
Tailândia intensifica-se", acrescentou.
O
primeiro-ministro e chefe da junta, Prayuth Chan-ocha, não só justificou as
detenções como alertou para uma escalada das medidas para silenciar os seus
críticos, incluindo mais detenções, retirada de passaportes e até "colocar
fita-cola na boca".
"Aos
políticos e partidos que continuam a falar, se não me difamarem deixá-los-ei
tranquilos, mas se continuam a atacar o Governo, pergunto-lhes: 'Quem os
deixaria fazer isso?'", disse Prayuth, em declarações recolhidas pelo
portal Khaosod.
Desde
que tomou o poder, em maio de 2014, a junta militar deteve centenas de
políticos, intelectuais e ativistas contrários ao golpe de estado.
ISG//JCS
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