Maputo,
14 jan (Lusa) - Bibliotecas nacionais da CPLP pretendem criar uma biblioteca
digital comum, para disponibilizar informações através da Internet contidas nos
acervos de cada membro da rede, disse à Lusa o diretor da Biblioteca Nacional
de Moçambique, Jorge Jairoce.
"A
nossa ideia é criar uma única biblioteca digital comum, um espaço onde o
cidadão de qualquer Estado pode ter acesso às informações dos países da
lusofonia", disse Jairoce, em declarações à Lusa em Maputo.
Quando
o acesso à informação é ainda um desafio para alguns Estados africanos da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), como é o caso de Moçambique,
Jorge Jairoce entende que a criação de uma biblioteca digital comum pode
dinamizar o processo da democratização da informação, ponto destacado como
elementar no quadro das estratégias de governação destes Estados.
"Nós
temos de perceber que o acesso à informação, através da plataforma digital, é
um elemento importante hoje para o desenvolvimento de qualquer país",
acrescentou o diretor da Biblioteca Nacional de Moçambique.
Numa
primeira fase, o projeto dependerá do orçamento interno de cada país, tendo em
conta as assimetrias que existem a nível económico entre os Estados integrantes
da CPLP, adiantou Jorge Jairoce.
Enquanto
Portugal e Brasil já possuem bibliotecas nas plataformas digitais, países como
Moçambique e Angola debatem-se ainda com o problema da digitalização do seu
espólio, condição elementar para a sua integração na iniciativa.
"A
nossa grande dificuldade neste projeto está relacionada com os recursos
financeiros", lamentou Jorge Jairoce, lembrando que uma única máquina de
digitalização de documentos no mercado internacional está orçada em cerca de
100 mil euros.
"A
vontade política até existe, mas não basta vontade sem financiamento",
concluiu o diretor da Biblioteca Nacional de Moçambique, prevendo para os
próximos dois anos a implementação efetiva do projeto.
EYAC
// VM
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