Díli,
15 mai (Lusa) - Quase 70% da população timorense em "idade
produtiva", entre os 15 e os 64 anos, não participa no mercado laboral,
segundo dados do Governo.
As
contas foram hoje apresentadas nas Jornadas Orçamentais, em Díli onde, no
quadro do debate de preparação do Orçamento do Estado de 2017, responsáveis do
Ministério das Finanças deram a conhecer o cenário macroeconómico do país.
No
que toca ao setor laboral, os dados referem que da população de 1,18 milhões de
timorenses, há quase 670 mil em "idade produtiva", dos 15 aos 64
anos.
A
força laboral ativa é de 30,6%, a taxa de desemprego é de 11% e quase 70% da
força de trabalho disponível "não está economicamente ativa",
estimando-se que no setor informal trabalhem cerca de 136 mil pessoas.
"São
dados preocupantes e que devem merecer a nossa máxima atenção. Um valor elevado
de pessoas que não participam no mercado laboral", referiu Hélder Lopes,
vice-ministro das Finanças.
"Há
emprego informal, emprego vulnerável, que não é fixo ou permanente. Precisamos
de políticas económicas que consigam ajudar a transferir as pessoas do sistema
informal para o formal", defendeu.
Os
dados hoje apresentados apontam para uma previsão de um crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB) de 6,7% no próximo ano - a previsão é de 5,1% em 2016 - com
o setor público a ser o principal contribuinte para esse valor.
Ainda
que o crescimento nos últimos anos e na atualidade seja de apenas um dígito -
depois dos crescimentos médios a dois dígitos entre 2007 e 2011 - o Governo
insiste que essa alteração é propositada.
Em
particular, sublinha Hélder Lopes, porque "mudou o objetivo da política
macroeconómica", sendo que "mais importante do que um grande
crescimento é essencial um desenvolvimento económico de qualidade, sustentável,
com um crescimento que sustente os gastos públicos".
Timor-Leste
está em deflação, segundo os dados hoje apresentados, e continua a viver com a
"vulnerabilidade" da sua principal e quase única exportação, o café.
ASP
// MP
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