quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Denunciados maus tratos nas prisões da Austrália a aborígenes com deficiências mentais


Sydney, Austrália, 03 ago (Lusa) -- Presos australianos com deficiências mentais, a maioria aborígenes, terão sido maltratados nas prisões do país, segundo denúncias divulgadas hoje pela imprensa local.

A presidente da Comissão de Direitos Humanos, Gillian Triggs, confirmou à imprensa que recebeu pelo menos dez queixas de guardas e presos com deficiências mentais, a maioria destes aborígenes, sobre a prática de atar reclusos nas prisões.

"Sei que desde há dois ou três anos foram recebidas mais ou menos umas dez queixas deste género", explicou Triggs, que considerou que o Governo australiano "simplesmente lavou as mãos e não fez nada", informou a estação local ABC.

Um dos casos descritos é o de Malcolm Morton, de 25 anos, um aborígene com deficiência mental que foi atado desde 2012 a uma cadeira e sedado em 17 ocasiões numa prisão de Alice Spring, no deserto australiano.

Patrick Keyzer, perito australiano em políticas públicas, escreveu uma carta ao Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre o caso de Morton e sobre o uso das cadeiras para restringir os movimentos dos presos, sobretudo dos mais vulneráveis.

Estas acusações surgem dias depois de uma reportagem da estação de televisão australiana ABC ter exposto, com vídeos e fotografias, o abuso a menores no reformatório juvenil Don Dale, na cidade de Darwin, onde grande parte dos internos são aborígenes.

O Governo reagiu com a criação de uma comissão governamental para averiguar o funcionamento dos centros para menores no estado do Território Norte, onde se localiza Darwin.

FV // MP

Sem comentários: