Sydney,
Austrália, 03 ago (Lusa) -- Presos australianos com deficiências mentais, a
maioria aborígenes, terão sido maltratados nas prisões do país, segundo
denúncias divulgadas hoje pela imprensa local.
A
presidente da Comissão de Direitos Humanos, Gillian Triggs, confirmou à
imprensa que recebeu pelo menos dez queixas de guardas e presos com
deficiências mentais, a maioria destes aborígenes, sobre a prática de atar
reclusos nas prisões.
"Sei
que desde há dois ou três anos foram recebidas mais ou menos umas dez queixas
deste género", explicou Triggs, que considerou que o Governo australiano
"simplesmente lavou as mãos e não fez nada", informou a estação local
ABC.
Um
dos casos descritos é o de Malcolm Morton, de 25 anos, um aborígene com
deficiência mental que foi atado desde 2012 a uma cadeira e sedado em 17
ocasiões numa prisão de Alice Spring, no deserto australiano.
Patrick
Keyzer, perito australiano em políticas públicas, escreveu uma carta ao
Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre o caso de Morton e sobre o uso das
cadeiras para restringir os movimentos dos presos, sobretudo dos mais
vulneráveis.
Estas
acusações surgem dias depois de uma reportagem da estação de televisão
australiana ABC ter exposto, com vídeos e fotografias, o abuso a menores no
reformatório juvenil Don Dale, na cidade de Darwin, onde grande parte dos
internos são aborígenes.
O
Governo reagiu com a criação de uma comissão governamental para averiguar o
funcionamento dos centros para menores no estado do Território Norte, onde se
localiza Darwin.
FV
// MP
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