Macau,
China, 02 (Lusa) - O diretor dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos de Macau
disse hoje que o tufão Nida causou ventos menos fortes na região do que em Hong
Kong e não se justificou elevar o alerta, apesar das críticas da população.
Em
conferência de imprensa, Fong Soi Kun disse que a velocidade média dos ventos
do tufão manteve-se entre 40 e 60 quilómetros por hora, com rajadas a atingirem
um máximo de 90 quilómetros por hora, entre as 06:00 e as 07:00 de hoje (final
da noite de segunda-feira em Lisboa).
"Utilizamos
um padrão parecido com o de Hong Kong. O da China é outro sistema", disse,
acrescentando que a intensidade do vento foi "muito mais intensa" na
antiga colónia britânica.
O
Observatório de Hong Kong hasteou o sinal 8 de tufão - o terceiro mais elevado
numa escala até 10 - pelas 20:40 de segunda-feira (13:40 em Lisboa), mantendo-o
em vigor até às 12:40 de hoje (05:40 em Lisboa).
Em
Macau, o sinal 3 foi hasteado às 19:00 de segunda-feira (12:00 em Lisboa) e não
chegou a ser hasteado o nível seguinte (oito), apesar de essa hipótese ter sido
inicialmente contemplada pelos Serviços Meteorológicos.
Imagens
publicadas nas redes sociais mostram motociclistas caídos na Ponte da Amizade,
que liga a península de Macau e a ilha da Taipa e que é cortada ao trânsito
quando o sinal oito é hasteado, sendo então aberto o túnel inferior para a
circulação automóvel.
Fong
Soi Kun disse que a população não deve ter o nível de alerta da meteorologia
como única referência em termos de segurança.
"O
nosso sistema reflete o modo geral do que vai acontecer no território. Se há
uns pontos mais perigosos do que outros, isso pode acontecer, mas de um modo
geral, durante este tufão, o vento andou à volta de 40 a 60 quilómetros por
hora e isto dá perfeitamente para circular normalmente", afirmou.
Fong
Soi Kun afirmou que a decisão de manter o nível três foi exclusiva dos
serviços.
"A
decisão é nossa, dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos. Nós não pensamos nas
receitas do jogo, nem noutras coisas, nós só nos baseamos na ciência, nos
nossos dados e nos nossos conhecimentos", afirmou.
Questionado
sobre a eventual necessidade de reforçar as medidas preventivas ao nível da
circulação automóvel com o sinal 3 em vigor, disse que essa é uma decisão que
não está sob a responsabilidade dos Serviços Meteorológicos, pelo que irá
"apresentar essas sugestões aos respetivos serviços".
Segundo
informação da Rádio Macau, houve vários incidentes na cidade relacionados com o
tufão desde a tarde de segunda-feira, incluindo 26 quedas de árvores e 32
pedidos de ajuda por causa de mais de 20 quedas de objetos, como painéis
publicitários, sem que tivessem sido registadas vítimas.
Os
bombeiros foram chamados para resolver três inundações e houve sete acidentes
de trânsito com quatro feridos ligeiros.
Durante
a tarde de hoje (manhã em Lisboa) foram cancelados todos os sinais de
tempestade em Macau e Hong Kong, cidade que parou por causa do tufão.
O
tufão Nida fez-se sentir também com intensidade na cidade chinesa de Shenzhen,
vizinha de Hong Kong, com ventos até 151 quilómetros por hora.
Segundo
a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong, peritos citados pelo China News
Service disseram que este foi o tufão mais forte a atingir o Delta do Rio das
Pérolas nos últimos 30 anos.
Shenzhen
emitiu um alerta vermelho durante a noite -- o mais elevado num sistema de
quatro avisos chineses.
Imagens
mostram árvores caídas, ruas inundadas e prédios com vidros partidos.
O
porto da cidade e uma ponte que liga Shenzhen a Hong Kong estiveram
temporariamente fechados e cerca de 140 voos foram cancelados.
Na
cidade de Zhuhai, adjacente a Macau, os avisos foram elevados para laranja, o
segundo mais alto, o que levou ao encerramento dos serviços públicos, atrações
turísticas e do serviço de autocarros, informou o jornal Guangzhou Daily.
FV/MP//
JMR
Sem comentários:
Enviar um comentário