Pequim,
12 set (Lusa) - A China acusou hoje os EUA de serem responsáveis pelo aumento
da tensão com a Coreia do Norte, que efetuou o seu quinto teste nuclear na
passada sexta-feira, acusando Washington de ter "iniciado o
problema".
"Este
conflito não está relacionado com a China, mas sim com os Estados Unidos",
sublinhou hoje uma porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês,
Hua Chunying, numa conferência de imprensa, em Pequim.
A
Coreia do Norte levou a cabo a sua quinta explosão atómica, a mais forte até à
data e a segunda este ano e que, segundo a televisão norte-coreana, permitiu
testar com sucesso a instalação de uma ogiva nuclear num míssil balístico.
A
porta-voz chinesa defendeu hoje que Pequim, o principal aliado da Coreia do
Norte, levou a cabo "esforços incansáveis para resolver este assunto"
e "encontrar uma solução a longo prazo", condenando as ações
"unilaterais", que dificultaram as negociações.
A
China é contra os planos de Washington de instalar o escudo antimíssil THAAD na
Coreia do Sul, em resposta ao programa nuclear e de desenvolvimento de mísseis
balísticos norte-coreano, acusando-o de ser uma ameaça ao seu território.
O
país asiático refutou ainda as acusações dos EUA, de que não está a fazer o
suficiente para pressionar Pyongyang, como disse na semana passada o secretário
norte-americano da Defesa, Ashton Carter, que atribuiu a Pequim "grande
responsabilidade" pelo último teste nuclear da Coreia do Norte.
"Carter
está a ser desnecessariamente humilde", ironizou Hua, ao reiterar que a
culpa é dos EUA.
A
porta-voz evitou pronunciar-se se a China vai impor mais sanções contra
Pyongyang, depois de o Conselho de Segurança da ONU ter anunciado que vai
estudar uma nova resolução contra o país, em resposta às últimas
"provocações".
Em
março passado, Pequim aprovou as sanções contra a Coreia do Norte, as mais
severas adotadas pela ONU em 20 anos.
"Uma
vez mais, apelamos a todas as partes que tenham uma visão a longo prazo",
sublinhou Hua, acrescentando que "se provou que as sanções não podem
resolver tudo por si sós".
Hua
Chunying apelou ainda para que se resolva o diferendo através das negociações a
seis partes, um processo interrompido durante um longo período e que conta com
as duas Coreias, Rússia, China, Japão e Estados Unidos.
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