Sydney,
Austrália, 13 nov (Lusa) -- Os Estados Unidos vão acolher os refugiados que
estão em centros para imigrantes geridos pelo Governo da Austrália em Nauru e
Papua Nova Guiné, no Pacífico, informou hoje o primeiro-ministro australiano,
Malcolm Turnbull.
O
número de refugiados que os EUA vão acolher é desconhecido, embora se calcule
que ambos os centros reúnam mais de mil pessoas, entre homens, mulheres e
crianças, procedentes de países como o Iraque, Síria ou Somália, escreve a
agência espanhola Efe.
"Posso
confirmar que o Governo chegou a um acordo de reassentamento com um país
terceiro. Este acordo é com os Estados Unidos", disse Turnbull numa
conferência de imprensa em Camberra, com o titular da pasta da Imigração, Peter
Dutton, e outros dirigentes ligados à proteção das fronteiras.
"É
um acordo único. Não se repetirá. Só vai afetar aqueles que se encontram nos
centros regionais de processamento", afirmou, sublinhando que o
reassentamento dos refugiados, na qual será "dada prioridade "às
mulheres, crianças e famílias", será gerido pelo Alto Comissariado das
Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Antes,
o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, anunciou também este acordo
a partir da cidade neozelandesa de Wellington, onde se encontra em visita
oficial desde sábado.
Kerry
sublinhou que a crise dos refugiados é "um assunto premente" e instou
todos os países a "trabalharem com o ACNUR" como os EUA estão a fazer
para encontrarem uma solução duradoura para a crise destes refugiados.
Segundo
a estação australiana ABC, o Governo de Camberra tem estado em conversações com
os Estados Unidos, Canadá e Nova Zelândia para o reassentamento de 390
imigrantes em Nauru e dos 872 da ilha de Manus, na Papua Nova Guiné, segundo
dados oficiais de 31 de outubro.
A
Austrália utiliza desde 2012 os centros de Manus e Nauru para tramitar os
pedidos de asilo de imigrantes em situação irregular intercetados no mar em
barcos que tentar chegar às suas costas.
No
caso de lhes ser reconhecido o estatuto de refugiados, são reassentados em
países terceiros.
A
ONU e grupos de defesa dos direitos humanos criticaram estes centros de
detenção ao qualificarem de "desumanas" as precárias condições em que
vivem os detidos.
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