Hong
Kong, China, 12 fev (Lusa) -- Um relatório do Reino Unido sobre Hong Kong
expressa preocupação sobre o respeito do princípio "um país, dois
sistemas" na cidade, segundo a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong
(RTHK).
O
relatório para o parlamento do chefe da diplomacia britânica, Philip Hammond,
divulgado na noite de quinta-feira, destaca o eventual rapto do livreiro da
Causeway Bay Books pela China e a linha seguida nas liberdades académicas como
as maiores preocupações.
O
livreiro Lee Bo, funcionário da Causeway Bay Books e da editora Mighty Current,
especializada na edição e venda de livros críticos do regime chinês, é um dos
cinco editores estabelecidos em Hong Kong que desapareceram no final do ano
passado.
Lee
Bo foi visto em Chai Wan (Hong Kong) a 20 de dezembro e as autoridades do
interior da China informaram já este ano a polícia da antiga colónia britânica
de que se encontra no interior da China, tal como os restantes desaparecidos.
"A
nossa informação atual indica que o Sr. Lee foi involuntariamente levado para o
interior da China sem o devido processo legal ao abrigo da lei de Hong
Kong", escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico no prefácio
do relatório.
O
documento diz que se Lee realmente atravessou a fronteira, levado por agentes
do interior da China, isso constituiria uma grave violação da Declaração
Conjunta Sino-Britânica, relativa a Hong Kong, ferindo o princípio de "Um
país, dois sistemas". Também refere que a aplicação da lei em Hong Kong é
da exclusiva responsabilidade das autoridades da cidade e pede a libertação
imediata de Lee, que detém um passaporte britânico.
O
relatório também nota a possibilidade de deterioração da Liberdade académica em
Hong Kong, em particular no que diz respeito a nomeações e políticas.
O
documento destaca a decisão do órgão de gestão da Universidade de Hong Kong de
não apontar um académico pró-democracia, Johannes Chan, para vice-reitor da
instituição.
Por
outro lado, sublinha como causa para preocupação a nomeação do antigo
secretário para a Educação e conselheiro executivo, Arthur Li, como presidente
do órgão regulador da Universidade de Hong Kong, não obstante a oposição de
muitas pessoas.
O
documento acrescenta que a autonomia institucional é uma das liberdades
fundamentais protegida pela Declaração Conjunta e frisa que Londres vai
continuar a acompanhar de perto os desenvolvimentos da situação.
FV
// MP
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