Pequim,
12 fev (Lusa) -- O Governo chinês acusou hoje "organizações radicais
separatistas" de organizarem os distúrbios em Hong Kong da madrugada de
segunda-feira, primeira noite do Ano Novo Lunar, e que resultaram em 124
feridos e meia centena de detidos.
Num
comunicado, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China Hong
Lei denunciou que uma multidão criou barricadas nas ruas, ateou fogos, atacou a
polícia e os seus veículos, ferindo 89 agentes e vários jornalistas.
O
porta-voz chinês defendeu também a atuação da polícia e do Executivo de Hong
Kong, após críticas por um agente ter disparado para o ar em sinal de alerta.
"O
Governo central chinês acredita e apoia firmemente o Governo da região
administrativa especial de Hong Kong e a polícia [no seu trabalho] para
salvaguardar a segurança social, proteger os seus residentes e propriedades e
castigar as atividades ilegais e criminosas, de acordo com a lei", afirmou
Hong.
Os
confrontos com a polícia da passada segunda-feira em Hong Kong foram considerados
os mais violentos dos últimos anos e constituem a maior demonstração de
descontentamento popular desde os protestos pró-democracia no final de 2014.
Um
total de 37 pessoas foram presentes em tribunal, acusadas de participar nos
distúrbios, mas todas saíram sobre fiança, enquanto esperam nova audiência a 07
de abril.
O
tribunal proibiu também os acusados de se deslocarem a Mong Kok, zona onde
aconteceram os confrontos, que já tinha sido um dos centros dos protestos de
2014.
Entre
os que compareceram perante um juiz está Edward Leung, porta-voz do grupo
independentista local Indigenous e aspirante a um assento nas próximas eleições
parlamentares.
O
líder dos Indigenous, Ray Wong, publicou na quinta-feira uma mensagem encorajando
a continuação dos protestos.
Os
distúrbios surgiram na sequência de uma operação da polícia contra venda
ambulante ilegal de comida.
ISG
// MP
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