quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Veto presidencial em Timor-Leste obriga a regime de duodécimos


Díli, 23 jan (Lusa) -- O veto presidencial de hoje ao Orçamento Geral do Estado (OGE) de Timor-Leste vai obrigar a manter o país em regime de duodécimos, cabendo ao Parlamento 90 dias uma nova proposta ou a aprovação do documento vetado com maioria qualificada.

O veto de Francisco Lu-Olo, que é apoiado pela Frente de Libertação do Timor-Leste Independente (Fretilin, na oposição), coloco país numa situação de tensão política.

Para que o executivo, liderado por Taur Matan Ruak, consiga reverter o chumbo necessita de uma maioria de dois terços (43 eleitos dos 65), mas na aprovação do documento o governo teve apenas 40 votos a favor.

Sem a aprovação do documento, o executivo poderá cair ou o Presidente poderá decidir a dissolução do Parlamento, o que forçaria eleições antecipadas, num contexto económico de uma contração sem precedentes desde a restauração da independência.

A última vez que Timor-Leste teve um veto presidencial ao Orçamento foi em 2015, quando o então Presidente Taur Matan Ruak (agora primeiro-ministro) vetou as contas públicas para 2016.

Fontes de todos os partidos, incluindo a Fretilin, admitiram à Lusa que o veto não favorece a situação económica do país.

Os últimos dois anos, com eleições pelo meio, foram marcados pela tensão política e institucional, com bloqueios à ação governativa e impacto significativo na economia nacional.

ASP // PJA

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