Mais
de 430 pessoas morreram em dois estados indianos desde a semana passada durante
uma onda de calor que atinge temperaturas de 50 graus Celsius.
"O
número de mortes tem tendência para aumentar", visto estarem ainda a
recolher informações nalgumas zonas do sul do país altamente atingidas e sem
solução imediata, como os Estados de Telangana e Andra Pradexe, onde foram
sentidas as temperaturas mais elevadas, afirmaram as autoridades.
As
autoridades de Andra Pradexe estão apelar aos trabalhadores para evitarem
trabalhar demasiadas horas nas alturas de maior intensidade do calor, após 246
pessoas terem morrido devido a exposição prolongada ao calor na passada semana
nesse Estado.
"A
maioria das vítimas são pessoas com 50 ou mais anos de idade, oriundas das
classes trabalhadoras, e que estiveram diretamente expostas ao sol", disse
à AFP o alto comissário do Ministério de Gestão de Desastres de Andra Pradexe,
P. Tulsi Rani.
"Embora
as mortes tenham começado a ocorrer na segunda-feira da passada semana, os
números viram um crescendo imediato depois do calor abrasor sentido no fim de
semana", acrescentou.
"Estamos
a sensibilizar para uma tomada de precauções adicionais", acrescentou a
mesma fonte, "como o uso de guarda-sol, chapéus, ingestão de grandes
quantidades de líquidos, nomeadamente de água, e para vestirem roupas leves e
frescas de algodão".
Cerca
de 188 pessoas morreram em Telangana desde abril, a maior parte desde meados da
passada semana.
"Os
últimos números conhecidos continuam a ser atualizados e seguramente que
continuarão a aumentar", disse um funcionário do mesmo Ministério, D.
Vani.
Centenas
de pessoas, sobretudo pobres, morrem todos os anos no país no pico do Verão,
enquanto dezenas de milhares sofrem cortes de energia devido às sobrecargas da
rede elétrica.
"A
onda de calor que estamos a enfrentar no momento é um pouco maior que o
normal", disse o secretário principal da Receita, B. R. Meena,
acrescentando que "as temperaturas aqui rondam os 48 ou 49 graus
Celsius".
Os
trabalhadores mal pagos argumentam dizem que não se podem dar ao luxo de
praticarem os cuidados aconselhados e ficarem em casa para evitarem as piores
horas do calor.
"Eu
sou uma doente diabética, sem marido nem filhos, por isso tenho de aguentar
este calor para manter a loja", disse P. Gangamma, de 65 anos de idade,
proprietária de uma tabaqueira numa zona bastante movimentada em Hyderabad,
capital de Telangana.
"Não
se ganha dinheiro sentado em casa", disse Gurunath Patil, que gere o seu
'riquexó' das 8:30H às 16:00H na capital.
Nos
últimos dias, foram também relatadas várias mortes no noroeste do deserto do
Estado do Rajastão, entre elas, uma mulher que desfaleceu na beira da estrada
na cidade de Bundi, segundo informação da agência de notícias indiana.
Na
cidade oriental de Calcutá, as cooperativas de táxis têm apelado aos motoristas
para permanecerem fora das estradas durante o dia.
"Não
estamos a forçar ninguém", referiu à AFP o secretário do sindicato de
taxistas de Bengala Ocidental, Pramod Jha, "[Mas] pedimos a todos os
condutores e proprietários de táxis que se mantenham afastados das estradas na
altura de maior calor".
O
Gabinete de meteorologia indiano alertou que "esta onda de calor de
severas condições iria manter-se" nos próximos dias em Andra Pradexe e em
Telangana, bem como nos estados do Norte e em Nova Deli.
Notícias
Ao Minuto com Lusa
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