Lisboa,
25 mai (Lusa) - A cooperação entre os Estados membros da CPLP precisa de se
"fortalecer e crescer qualitativa e quantitativamente" para que a
organização "convirja e ganhe relevância na arena internacional",
defenderam hoje os ex-presidentes moçambicano Joaquim Chissano e português
Jorge Sampaio.
Numa
mensagem audiovisual difundida no encerramento do colóquio internacional
organizado pela Casa dos Estudantes do Império, sob o lema "História,
memórias e legados", Joaquim Chissano apelou para "o fortalecimento e
crescimento qualitativo e quantitativo da CPLP em matéria de cooperação entre
os seus membros e a sua relevância na arena internacional".
A
defesa do futuro da Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP) foi feita
numa sessão que juntou quatro antigos presidentes de Estados membros da organização
lusófona: Jorge Sampaio (Portugal), Cabo Verde (Pedro Pires), Miguel Trovoada
(São Tomé e Príncipe) e Joaquim Chissano (Moçambique).
Na
sua intervenção, Jorge Sampaio afirmou que hoje os cidadãos dos países de
língua portuguesa têm "uma nova responsabilidade, que é convencer os
incrédulos que a CPLP tem imenso futuro", pelo que a organização deve
funcionar na base da "cooperação solidificada, enraizada, sincera e sem
relações de domínio".
"Sempre
acreditei que a CPLP tinha" essa responsabilidade, mas "não era
possível que tivesse no princípio porque estávamos em processos diferentes de
desenvolvimento", disse.
Face
aos atuais desafios mundiais, "não é possível que queiramos que todos os
Estados sejam convergentes nas mesmas coisas, porque, obviamente, há
estratégias regionais que têm que ser entendidas naturalmente, mas há coisas em
comum de enorme importância", frisou Jorge Sampaio.
Uma
vez que hoje já não há a guerra de blocos, "nem o bloco A ou bloco
B", Jorge Sampaio considera que a CPLP tem "uma multi-pluralidade
extremamente complexa e difícil", daí que os Estados que integram a
comunidade "têm uma responsabilidade de se fazer sentir onde é que pode
convergir à escala internacional", nomeadamente "nas Nações Unidas,
reclamando o português como língua oficial nas organizações
internacionais".
"É
por isso que precisamos agregar e de ter uma dimensão pluricontinental naquilo
que são as nossas possibilidades", disse o antigo Presidente português,
que, anteriormente, aos jornalistas, descreveu a CPLP como "uma espécie de
comissão de verdade e reconciliação que se congratula para a paz existir e
pelas ações de cooperação".
A
CPLP foi criada em 1996 como um foro multilateral visando o aprofundamento da
amizade mútua e cooperação entre os membros.
MMT
// JPS
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